terça-feira, 25 de junho de 2013

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domingo, 22 de abril de 2012

A alma de um asno

No dia a dia do Blog da Selma, temos os Srs Vai Volta e 233 num longo debate sobre as vantagens e desvantagens de ser espírita, intercalando o livro do Rivail e várias passagens dos Evangelhos. Eu não posso colaborar com nenhum dos dois, posto que não li nem o livro do Rivail e nem tampouco os Evangelhos. Mesmo eu sendo um completo analfabeto, isso não impede de escrever besteiras nesse Blog. É claro que nada impede do administrador do Blog sumir com o meu texto, mas se o meu texto for completamente inútil e não oferecer nenhum perigo de tornar a vida do leitor mais proveitoso, certamente que a Selma não vai censurar o meu texto, pois a Internet só serve para isso, só para gastar o seu tempo. Diante do exposto, começo a minha dissertação com aquela velha pergunta que me atormenta e que atormentou os nossos pais e pessoas mais idosas: como provar que a alma de um asno é imortal? Lembrando os comentários do Sr Vai Volta no tempo do UOL, do Terra e agora no Blog da Selma, é fácil concluir que o Sr Vai Volta acredita que todo asno tem alma, e assim ele gasta quatro horas todo santo dia para educar um asno de que a vida é muito mais que um amontoado de pó. Eu, sinceramente, não sei se o asno tem alma, se é imortal, mas acho bastante admirável a energia e o tempo que o Sr Vai Volta dedicou e dedica para um asno só. A vida como conhecemos é muito curta, e essa tática de ganhar audiência na Internet ao tentar doutrinar um asno é, no mínimo, bastante questionável. Eu sou da tese de que a vida vale mais que um monte de pó, e para tanto não é preciso ler o Rivail ou os Evangelhos, quando muito convencer um asno de que é possivel projetar o nosso pensamento além do limite corpóreo. Não adianta falar do cordão de prata, quando o asno não sabe nem o que fazer com o próprio rabo.

Crisantemos, Tulipanes e Jacintos

A Srta Nihil mandou uma foto com bastante flores, e aqui escolhi três maneiras de encaixar na tela do iPhone entre infinitas maneiras que o aparelho oferece. A foto da Nihil é mais compatível com o iPad. Um bom domingo a todos. Logo abaixo, a foto original da Srta Nihil:

sábado, 21 de abril de 2012

Um porta retrato no iPhone

O iPhone tem vários programas que capturam qualquer imagem do Álbum de Fotos ou da Internet e copiam no fundo da tela, é o famoso Wallpaper. O problema são os ícones que acabam ofuscando a beleza dessas imagens. Para resolver isso, a seguir a minha sugestão, espero receber críticas e não negativação, já estou com três pontos negativos. Lamentavelmente, para esconder ícones no mundo do iPhone é necessário o Jailbreak. O primeiro programa que utilizei foi o Winterboard, ativando o tema "Transparent Dock". O segundo programa, FolderEnhancer ($ 2.99), pega todos os ícones do iPhone, inclusive os ícones docados, e joga tudo numa só pasta, e essa pasta você joga na área reservada aos ícones docados. O terceiro programa, Springtomize ($ 2.99), usa a função "Resize Dock Icons" em 10%, e também usa a função "Hide Dots" na opção "Pages". Claro que é um porta retrato meio caro ($ 5.98), assim espero sugestões de como baratear esse processo. Mas, por favor, Dona Olga, não me negative, já basta a reputação que eu tenho na Internet só por ser o único que acredita que o Homem foi na Lua.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Carecas

Afinal, como diz a música, é dos carecas que elas gostam mais?
Claro... Principalmente se o careca tiver cartão de crédito, uma gorda conta bancária e for muito generoso. Bem, essa não é a minha opinião, é o que dizem por aí. A verdade é que a luta é grande para transformar carecas em cabeludos.

Eu tinha um professor no ensino médio que usava peruca. A criançada toda ria do coitado (longe dele, claro),  que era muito sisudo. A gozação só não era maior por medo das notas das provas, o que fazia com que todos se comportassem em sua terrível aula de matemática.

Durante muito tempo observei também um senhor próximo ao meu serviço lá em São Paulo. Ele era careca e havia deixado os poucos cabelos que restavam  na parte de trás da cabeça crescerem e puxava tudo para a frente. Era uma espécie de peruca natural...

Se o emperucado não tivesse morrido, em breve tempo poderia deixar de ser emperucado e ser cabeludo. Os cientistas conseguiram através de células tronco fazer crescer cabelos em um rato pelado.
Em breve, ter cabelo deixará de ser um sonho para os carecas e se tornará realidade. Imagino que por um valor bem alto, mas uma doce realidade.




Na Universidade de Tóquio, cientistas conseguiram realizar o crescimento de cabelo em um rato sem pelos por meio de células-tronco humanas.
Tal estudo foi publicado nesta terça-feira (17/04/2012) na revista Nature Communications. A pesquisa pode apontar uma esperança para resolver problemas de calvície, além de também representar um avanço em pesquisas com células-tronco.
As células-tronco, que também são chamadas de células-mãe  podem se transformar em qualquer um dos tipos de células do corpo humano e dar origens a outros tecidos.
Liderada pelo professor Takashi Tsuji, os cientistas criaram folículos (parte que dá origem aos pelos) a partir das células-tronco de seres humanos adultos e fez o implante nas costas dos ratos sem pelo algum.
O implante apresentou um crescimento de cabelo na região onde foi transplantado. Segundo os pesquisadores, esse implante efetuou a criação de um novo ciclo capilar, e isso quer dizer que, mesmo que esses primeiros cabelo eventualmente caiam, outros novos continuarão crescendo.
Tal estudo pode demonstrar um grande potencial para o tratamento de regeneração de cabelo, além da criação de órgãos usando células-tronco adultas.
Pesquisas clínicas deste estudo devem começar no prazo de três a cinco anos, e o tratamento com pacientes somente daqui uma década.

S.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Como tirar uma casquinha da moça?

Existe uma lenda entre os rapazes que é preciso ter um carro para sair com as moças, enfim, no papo do dia a dia, além do futebol, o segundo tema predileto são os carros. Eu mesmo não sei diferenciar um Scort de uma Kombi, para mim, tudo não passa de um monte de lataria encima de quatro rodas. Mas eu já foi dono de um fusca, foram dois meses de puro pesadelo. Quanto mais andava com o fusca, mais os meus pés tremiam. Eu achava aquele carro enorme, principalmente porque ele não fazia nada do que eu queria. Eu queria fazer uma pequena ré, e pronto, lá ele estava de ponta cabeça na garagem ou enterrado num barranco. A minha sorte é que sempre havia um samaritano por perto que sabia como dirigir e tirava o seguinte comentário dele "Puxa, cara! Como você conseguiu fazer isso?" Depois que eu bati no traseiro de um senhor de idade a exatos 10 km por hora, eu simplesmente desisti. Dirigir não é a minha praia. Mas a vida é inevitável. Deixar de lado a carteira de motorista de lado não significa que o pesadelo terminou. Mesmo que eu seja bastante reservado, de pouca conversa, ainda assim encontro pessoas que gostam do meu jeito fechado de ser. A Edna, por exemplo, era apaixonado pelo meu par de ouvidos. Ela insistiu, insistiu e insistiu tanto que um dia aceitei a carona dela. Eu sempre imaginei que a vida do passageiro fosse mais fácil, que não tinha que se preocupar com a embreagem, a mudança de marcha, a cor do semáforo, alguém que pode abrir a porta inesperadamente ali do lado da esquina, mas a Edna me ensinou que não. Ela adorava puxar uma conversa ali no carro e, o que é pior, sempre olhando os meus olhos, e eu não sabia mais o que fazer. No tempo que andava com o fusca, eu me atrapalhava todo com os três retrovisores, o lado da frente, o lado direito e o lado esquerdo, mas a Edna, não, ela usava os olhos dela para mim. Enfim, as minhas pernas começavam a tremer. A Edna adorava o meu silêncio, ela imaginava que estava prestando atenção nela, mas o meu instinto de sobrevivência me pedia para olhar aonde a Edna não estava olhando. Enfim, só existe um jeito de silenciar uma mulher. No meu caso, eu precisei recusar os convites da carona da Edna. "Puxa, Frank, eu dirijo tão mal assim?" Graças a Deus, ela não comentou esse incidente com ninguém, afinal era a reputação de condutor da Edna que estava em jogo. Quanto à minha reputação, não me importei com ela, aliás é bom ter péssima reputação. Você ouve muito menos besteiras. Mas os anos passaram e finalmente chegou 2006, quando a Dith sugeriu para eu ver a princesa. Fui bem de noite, num fim de semana. Lá conheci a Paula, acho que estava com dez anos. Ficamos conversando durante quase duas horas, e na hora de ir embora, no entanto, a princesa me ofereceu uma carona. Eu disse que não queria dar trabalho, mas ela disse que precisava sair para comprar pãosinho. Enfim, não consegui recusar. Eu sabia que toda a minha vida estava nas mãos da princesa, mas essa foi a primeira vez que as minhas pernas começaram a tremer. O trajeto não durou mais que dez minutos, mas para mim pareciam horas. Tanto quanto a Edna, a princesa também gostava de puxar uma boa conversa, dessa vez era comigo e com o Edson ao mesmo tempo. Enfim, eu sou automófobo. Por mais que eu evite, sempre vejo na televisão e nos jornais notícias de tragédias envonveldo carros e tirando muito mais vida do que os americanos perderam no Vietnã. E recentemente fiquei sabendo que o Governo criou a Lei Seca, presumindo que é o alcóol que tira a atenção do condutor do volante. Como eu gosto de ficar em silêncio, quando as minhas pernas tremem, acredito sinceramente que não é o álcool que anda tirando muitas vidas na estrada, mas sim essa mania que o brasileiro tem de conversar, quando está dirigindo.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Das vantagens de ser bobo

Das vantagens de ser bobo

Clarice Lispector
                                                             Tela de Chagall*

O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."

Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia.

O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.

Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu.

Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"

Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!

Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.

O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.

Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!

Bobo é Chagall*, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.

Clarice Lispector



Nada contra Clarice Lispector que , aliás, é minha escritora favorita. Mas que perseguição é essa contra o povo de Minas?  "Minas Gerais facilita ser bobo"...
Nasci no Estado de São Paulo e São Paulo continua sendo minha paixão, apesar de morar há quase 10 anos em Minas. Mas isso me deixa chateada. Outro dia disseram aqui no blog  que "Minas é roça"... Foi uma maneira de chamar o habitante mineiro de "ignorante" e burro...




S.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Livro ateu infantil para ensinar criancinhas

Quando criança minha avó paterna contava estorinhas infantis para mim. Branca de Neve, Cinderela, Peter Pan, fadas... Adorava ler os livros que ela tinha, ricamente ilustrados. Penso que isso despertou desde cedo em mim o gosto pela leitura. E também - sem ser essa a intenção - depositou em mim a sensação da fantasia, dos contos de fadas e talvez da crença no Espiritismo.

Richard Dawkins lançou um livro ateu para crianças. Explicações realistas e sem fantasias. Uma parte do livro você poderá ler no link abaixo e quem sabe até dar de presente para alguma criança, afastando desde já crenças em fadas, bruxas e duendes. Para que essa criança se transforme em um adulto mais racional, tendo esperança somente naquilo que se pode ter esperança, sem alimentar fantasias inúteis.
Aliás, como disse Albert Camus: "Toda infelicidade dos homens provém da esperança". Ou seja, quanto mais você alimenta uma esperança infundada, mas infeliz você se tornará quando ela (a esperança) morrer.

Leia uma parte do livro em:
http://hypescience.com/livro-infantil-do-ateu-mais-famoso-do-mundo-agora-em-portugues/


Livro: "A Magia da Realidade", de Richard Dawkins
Editora "Cia das Letras"

“E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música”. NIETZSCHE


O brasileiro tem uma imaginação muito fértil... Olhem só a letra dessa música ( que demonstra a perda de esperança também):
"Ex my love, ex my love... Se colocar seu amor na vitrine ele não vale mais que um e noventa e nove"
Rimou love com nove... rsrsrs!


(Selma)

domingo, 15 de abril de 2012

Bíblia Sagrada (Netillter)

Eu acredito que a melhor versão da Bíblia para o iPhone é a AcroBible, mas ela custa 10 dólares. Com esse aplicativo é possível baixar uma versão em português, é o que eles chamam de AA (Almeida Atualizada). Hoje, a religião dominante é o ateísmo, onde ninguém deixa nenhum centavo na mão do padre. Mesmo assim, é obrigação de qualquer ateu tirar o chapéu para o Santo Papa Bento XVI, ele merece ser respeitado por comandar a empresa mais antiga do mundo. A Telefônica já faliu, a Mesbla já faliu, o Mappin já faliu, o Banco Real já faliu, o Banco Noroeste já faliu, o Unibanco já faliu, a TV Tupi já faliu, enfim várias empresas poderosas já faliram, algumas nem chegaram a ficar meio século no mercado, já a empresa do Sr Bento XVI está aí há dois milênios, muito próximo do conceito de "eternidade". Mas a Bíblia que o Sr Bento XVI usa é diferente do que é instalado no AcroBible. O Santo Papa tem a cópia de mais sete livros, são eles: Judite, Tobias, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, I Macabeus e II Macabeus, sem falar do capítulo 13 e 14 do Daniel e 11 a 16 de Ester. Para corrigir esse problema, entre no Apple Store e procure por Bíblia Sagrada, editado pela Netilter Ltda, sem pagar um tostão ao Sr Tim Cook. A Bíblia do AcroBible é do concorrente do Santo Papa, que não reconheceram a assinatura digital do Criador do Mundo nos livros que acabei de citar. Já o ateismo reza que não viemos de nenhum lugar e voltaremos para lá e essa coisa que chamamos de existência não passa de uma ilusão, que jamais lembraremos que um dia existiu, pois não há como criar algo do nada. O Santo Papa reza que o Criador do Mundo tem um poderoso iPhone que registra cada uma de nossas boas e más ações, e que a soma algébrica de tudo é que vai determinar se teremos outra chance de continuar sonhando em conquistar a princesa, ou não, tudo vai depender da média aritmética de nossas bondades e maldades, ou seja, o Papa oferece a sua igreja como uma porta da salvação, ele defende a tese de que não há como ser bom se você continuar ateu. Mas, qual a utilidade da Bíblia no iPhone para quem é ateu? Essa é fácil de responder. Veja no primeiro capítulo de Números ou no segundo capítulo de Esdras. Em números, o Criador pediu para Moisés contar os jovens acima de dezoito anos aptos para a guerra, deu mais ou menos um milhão. Em Esdras, não sei quem pediu para fazer a contagem das famílias que voltaram do cativeiro da Babilônia, mas deu mais ou menos 50.000 pessoas, ficaram de fora os ateus e os escravos. Ou seja, se você é um empresário que não vê cliente entrar na loja, mas vê os seus funcionários curtindo a vida no Facebook, você pode usar a Bíblia como inspiração para achar ocupação para a rapaziada, como contar as calcinhas do estoque, arrumar a prateleira para enfrentar um possível dilúvio prevista no Widget do Tempo que está na barra de Notificação, e por ai vai. Enfim, a Bíblia é uma coleção de livros, onde em nenhum momento o Criador revela como ele criou as coisas, como fez Jesus transformar água em vinho, mas que conseguiu arranjar um monte de ocupação para gente desocupada nesse planeta, isso com certeza ele arranjou! Enfim, nenhum ateu acredita que o Criador exista, mas nada lho impede de ser pior que o Criador descrito na Bíblia, impondo medo e respeito daqueles que deveriam ser seus prediletos servos.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Ciência X Milagres




Muito progresso científico já foi feito desde que Jesus andou pela Terra. Nesse tempo todo, será que os cientistas já conseguiram replicar os milagres ou o filho de Deus ainda está inalcançável?

Virgem grávida
De acordo com a Bíblia, Cristo foi concebido imaculadamente. Hoje, isso acontecer não é nem um pouco impossível, graças à inseminação artificial, quando não é necessário sexo. O primeiro processo desse tipo foi realizado em 1786, por Lazzaro Spallanzani, em um cachorro. John Hunter fez o mesmo com um humano apenas quatro anos depois. Hoje, já é um método comum.

Transformar água em vinho
Infelizmente, ainda temos que pagar caro por um bom vinho. Até onde eu sei, nenhum cientista cogita a ideia de transformar água em vinho. Uma pena, eu diria – e ponto para Jesus.

Curando um aleijado
De acordo com a Bíblia, Jesus curou um homem aleijado, que conseguiu sair andando. Os cientistas já deram os primeiros passos nesse ponto. Vários grupos já estão desenvolvendo terapias para que paraplégicos consigam andar e ficar de pé, ancorados em nervos de plástico, ou estimulando nervos independentes do cérebro.

Alimentando o povo
Não, os cientistas não conseguem multiplicar os pães e peixes. Entretanto, avanços na agricultura e na genética fizeram com que a produção alimentícia crescesse dramaticamente desde a década de 60. O uso de fertilizantes também vem ajudando a multiplicar os nossos alimentos.
Fazer  cego enxergar
Jesus fez um homem cego ver. Hoje, os cientistas fazem isso constantemente. Quase metade dos casos de cegueira é decorrente da catarata, a degeneração dos olhos. Com um procedimento de 15 minutos, oftalmologistas conseguem restaurar a visão do paciente.
Com cirurgias laser, médicos podem curar miopias e outras alterações visuais. Em alguns casos, os cientistas conseguem fazer a visão da pessoa ficar duas vezes melhor do que a normal. Por essa nem Jesus esperava.

Ressurreição de Lázaro
Após quatro dias de morte, Jesus ressuscitou Lazaro. Será que a ciência conseguiu isso? À parte de eletrochoques e outros métodos de ressurreição, os cientistas ainda não conseguiram descobrir um método de devolver a vida após um período maior. E como os tecidos humanos apodrecem muito rápido sem oxigênio, nesse ponto Jesus tem o monopólio da técnica.
Mesmo assim, o biólogo Mark Roth e colegas estão desenvolvendo uma técnica para colocar e retirar animais de um estado de quase morte, chamado de “animação suspensa”. Eles descobriram que a maior parte dos mamíferos possui um gene dominante que permite uma “flexibilidade metabólica” similar a dos ursos quando hibernam no inverno.
“Nós usamos o termo animação suspensa para um estado onde todos os processos vivos observáveis são parados: os animais não se movem ou respiram, e o coração não bate. Nós conseguimos colocar alguns animais nesse estado por até 24 horas”, afirmam os pesquisadores.
Caso isso pudesse ser aplicado em humanos, seria o mesmo que dar tempo para que médicos pudessem fazer reparos em traumas e prevenir a perda de sangue.
Talvez na próxima vinda de Jesus, os milagres tenham que ser ainda mais impressionantes!





(Selma)

A importância do dentista

O DENTE E A CRIATURA

WALCYR CARRASCO

Não sou santo. Aliás, quem é? Faz algum tempo uma criatura de 18 anos começou a me escrever pelo Twitter. Falava de sua admiração por minhas novelas, por meus livros que leu quando criança. Adorei os elogios. Concluí se tratar de uma figura inteligente e criativa. Nunca senti atração por alguém tão mais jovem. Mas tremi nas bases quando a criatura me enviou a seguinte mensagem privada: “Sonhei que nos encontramos na praia. E nos beijamos. Depois...”.
O “depois” vocês adivinham. Só conto que era um depois com tudo a que um depois tem direito. Respondi, animado:
– Pode me enviar suas fotos?
A criatura mandou. Nenhuma explícita, mas... Propus:
– Que tal a gente passar uns dias na praia?
– Topo!
Preveni, cauteloso:
– Não tenho barriguinha de tanque.
– Não me importo com essas coisas.
– Estou gordo.
– O que vale é o seu espírito!
Resolvi pedir conselho a meu amigo Júlio, que abençoa todas as loucuras. Outro qualquer seria contra.
– Você acha 42 anos de idade uma diferença grande para um casal?
– Ahnnn?
– Bem, não tanto assim. Só 41 e meio.
– Ah, bom!
Respondeu o que eu esperava:
– Está na hora de você se apaixonar.
Listamos exemplos de felicidade entre gerações. Percorremos o rol de celebridades, como o vice-presidente Michel Temer, de 70, casado com a gatíssima Marcela, de 27. Falamos também dos mais próximos. “O que vale é a química”, concluí.
A criatura veio do interior de São Paulo. Busquei-a no aeroporto e fomos diretamente para minha casa no Litoral Norte de São Paulo. Chegamos ao anoitecer. Tudo era romântico: a noite linda, a lua linda, as árvores lindas. Já me via casado. Queria pegar na mão. Falar de coisas belas.
Antes fui me exibir na cozinha. Assei um frango bem temperado. Fiz arroz e salada. Abri um vinho. A criatura sentou-se à mesa, encantada. Destrinchei o frango.
– Só quero um pedacinho do peito – disse ela, que, é claro, vive de regime.
Servi. Botei uma coxa no meu prato. Ela mordeu delicadamente um pedacinho de frango. Agarrei a coxa com a mão e enfiei na boca. Adoro comer frango com a mão. Mordi.
Meu dente da frente caiu.
Tentei encaixar. Impossível. Caiu de novo.
Era uma prótese, claro. Só tenho a raiz.
– Meu dente caiu! – exclamei.
A criatura me avaliou com vagar. Sorri de boca torta.
– Acho que dá para disfarçar.
– Não tem jeito. Dá para ver a falha – respondeu. E sorriu com seus lindos dentes de 18 aninhos.
– Pelo menos você disse que o importante é o espírito!
Silêncio expressivo.
Respirei fundo:
– Quer dizer, lembrei da nossa conversa sobre barriguinha de tanque. A gente já trocou mensagem e conversou no carro sobre assuntos profundos: sua escova progressiva, embora eu prefira cabelos cacheados, o último filme de Harry Potter que temos de ver juntos e o vestibular que você vai prestar. A gente não precisa de dente para se dar bem, não é?
Silêncio ainda mais expressivo.
Resolvi ser romântico:
– Vamos passear na praia, olhar a lua?
Caminhamos pela orla, as ondas batendo nos pés.
– Aqui não dá para ver que perdi o dente.
– Dá sim, por causa do luar.
Quase xinguei a lua. Parti para o ataque e a beijei. Já tentou beijar sem o dente da frente? Entra um ventinho pela fresta. Parece que tem uma janela aberta na boca. Nos afastamos constrangidos. Voltamos em silêncio. A criatura foi diretamente para o quarto de hóspedes e se trancou. Ouvi o ruído do secador uns 50 minutos. Depois acho que adormeceu.
Acordei tarde. A criatura já fora para a praia, tinha tomado sol e se enturmado com uma galera com quem talvez jogasse videogame à tarde. Sentou-se, enquanto eu mordia cuidadosamente uma fatia de mamão. Peguei os comprimidos de meu tratamento ortomolecular. Um deles caiu no chão.
– É outro dente? – quis saber.
Acabou aí a viagem. Voltamos imediatamente. E a deixei no aeroporto. Tranquei-me até o dentista restituir meu sorriso de piano. Se conto a minha saga é porque ela é universal. Um dente pode simbolizar o abismo entre gerações. E não vamos nos enganar. Na batalha entre o corpo e o espírito, algumas vezes o espírito pode vencer. Mas só algumas. Banguela romântico não rola. O amor precisa de dentes.






(Selma)


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