segunda-feira, 24 de junho de 2013

blog da Selma_45



sábado, 12 de novembro de 2011

Comentando

Robson, na sua opinião o Kardecismo é ou não cristão?
Se for ficar pesando prós e contras quero fazer um pedido.
De 1 a 10 sendo 10 o mais próximo de uma doutrina deixada por Cristo em que nível o Espiritismo está?
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Ele diz que não liga de ter uma mente cientifica então porque tantos textos com teorias cientificas?
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William Robson
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>< Para não apavorar o William, a primeira coisa que vou fazer é responder à pergunta dele. Só não sei se ele vai gostar.

Tentando não deixar o William sem resposta, apesar das dificuldades que exponho mais abaixo, e em vista a minha opinião geral, de que quase todos estão parcialmente corretos porém incompletos, posso dizer que o kardecismo é cristianismo, como é hinduísmo, budismo, esoterismo, taoísmo, confucionismo e hermetismo, pelo menos.

Assim como o budismo também seria, o que pode ser repetido para outras doutrinas menos conhecidas aqui (mas poderosas em seus países, como o xintoísmo).

Compreendo o desespero do William, que pensa e se orgulha de pensar matematicamente (apesar de eu o considerar bem melhor que isto).

Mas, mesmo na matemática e na lógica há questões indecidíveis e não vejo porque dar uma resposta tipo sim ou não, falso ou verdadeiro, zero ou um, e nem em uma escala de valores pois, se eu escrever...

A frase abaixo é verdadeira.
A frase acima é falsa.

...como é que podemos definir qual delas está correta, ou mesmo avaliar em termos de porcentagem? Foi isto que Kurt Gödel demonstrou com seu afamado e famigerado Teorema da Incompletude Matemática (e este exemplo é dos mais simples).

Uma situação que sempre me deixou perplexo desde criança é a do promotor ou do advogado exigindo que a testemunha responda com “sim” ou “não” a questões complexas, que nos filmes podiam condenar alguém inocente à cadeira elétrica ou deixar um facínora à solta.

Este simplismo pode cair bem em filmes, mas se não cabe nem mesmo na matemática e na lógica, como pode chegar a questões metafísicas de extrema complexidade.

A dificuldade em definir secamente se o kardecismo é ou não cristão, também existe se nos perguntarmos se o cristianismo é ou não judaísmo, [têm o mesmo Deus, os mesmos profetas, as mesmas leis, compartilham parte dos cânones, são messiânicos], se o islamismo é ou não judaísmo, [têm o mesmo Deus, os mesmos profetas, as mesmas leis, compartilham parte dos cânones e tanto os árabes (ismaelitas) quanto os judeus (israelitas) são descendentes de Abraão], se o islamismo é ou não cristianismo, [têm o mesmo Deus, os mesmos profetas, as mesmas leis, compartilham parte dos cânones] ou se os cátaros e albigenses eram ou não cristãos? [tinham o mesmo Deus, os mesmos profetas, o mesmo Salvador, as mesmas leis, os mesmos cânones e eram messiânicos, mas discordavam das interpretações].

Já disse que Gautama, Jesus ou Kardec não queriam fundar religiões. O mesmo ocorreu com Muhammad (Maomé) e posteriormente com Lutero, Calvino e mesmo com Henrique VIII (anglicanismo).

Eles desejavam reformar a religião em que se encontravam e não criar outra, mais adequada ao que tinham em mente, mas sem abrir mão dos princípios vigentes (até o Henrique VIII produziu algum benefício para a felicidade humana, com a legalização do divórcio).

O problema é que o pessoal da alta hierarquia destas religiões, que já estava com a rapadura nas mãos, não a solta de jeito nenhum e qualifica de hereges os que tentam mudanças que os ameacem.

Em regiões dominadas por cristãos ortodoxos, os católicos eram e aparentemente ainda são tidos como hereges, pois cristãos ORTODOXOS são eles (e os demais, heterodoxos ou hereges). E alguns gnósticos dizem que mesmo os cristãos ortodoxos são hereges.

Esta situação de indefinição é decorrente de que, em questões de fé, a fé é quem manda.

Como a razão pode tomar posição quando nos perguntarmos, por exemplo, se o islamismo é ou não hinduísmo?

Isto pode parecer estranho para muitos, mas os adeptos do hinduísmo dizem que todas as demais religiões são também hinduístas, apenas com nomes diferentes para Deus, pois é isto o que está TEXTUALENTE declarado no Baghavad Gita. Além deles, alguém concorda com isto?

De idêntica maneira o pessoal do islã diz para ser muçulmano basta que a pessoa seja submissa a Deus, o que levaria a muitos serem muçulmanos sem o saberem.

Mesmo eu, que sou submisso à Razão, que considero outro e melhor nome de Deus, posso ser considerado hinduísta por hindus e muçulmano por muçulmanos mais ecléticos. Já para mim isto não tem a menor importância, como vou explicar adiante.

O mesmo ocorre em relação a outros credos, como no caso dos sikhs, que unem conceitos do islã e do hinduísmo.

Também poderíamos nos perguntar se o budismo e o jainismo são ou não hinduísmo, pois compartilham o substrato cultural e conceitos deste.

Também já escutei taoístas chineses afirmarem que Lao Zi (que conhecemos como Lao Tsé, mas que eles garantem que não se pode chamá-lo assim, pois o significado seria absurdo) ensinou as técnicas da iluminação ao Confúcio e ao próprio Gautama, o que transformaria o Confucionismo e o Budismo em Taoísmo.

Outros, confucionistas, disseram que Jesus seria a reencarnação de um discípulo de Confúcio que se iluminou.

Fora os esotéricos de diversas correntes que dizem que tudo deriva de uma antiga e única doutrina pré diluviana, que sobreviveu principalmente com Hermes no Egito, com monges do Himalaia e com Fu Xi (ou Fu Hsi) na China, tendo depois se espalhado, com as distorções que sempre ocorrem da interpretação que cada grupo deu ao que seria supostamente único em sua base ancestral.

Ou seja, os grupos ecléticos puxam a sardinha para o prato universalista e cada grupo exclusivista diz que ele é dono exclusivo da Verdade.

Em relação ao assunto inicial,

- os kardecistas e outros espiritualistas dizem que Jesus era o Messias e um espiritualista tentando reformar o judaísmo.

- os judeus dizem que Jesus não era o Messias e sim um impostor.

- os católicos, ortodoxos e protestantes dizem que Jesus era o Messias e o próprio Deus.

- os muçulmanos dizem que Jesus era um profeta, a ser respeitado da maneira que se respeita Muhammad (Maomé) e os demais profetas da Bíblia, mas que não era Deus e nem mesmo morreu na cruz, pois Deus o transportou direto ao paraíso e colocou Judas Iscariotes na cruz (uma solução e tanto, não?).

Talvez melhor seria perguntar para Deus, o senhor da Verdade.

Por isto eu respondi da maneira que o fiz logo no início do texto. Porque esta questão é complexa e entra em detalhes onde a razão não tem como assumir um controle mais efetivo, visto ser um assunto de fé.

Outro detalhe que eu gostaria de deixar um pouco mais esclarecido é a minha posição a respeito do que hoje é considerado conhecimento científico.

Pois eu não digo apenas que uma parcela do que hoje temos como conhecimento científico é conhecimento inválido e sim que ele sequer é conhecimento.

Digo que parte do conhecimento que temos hoje como científico é contraditório com outra parte dele, a qual é coincidente, coerente e consistente com a lógica, de modo que prefiro sempre a lógica, filha da Razão, e afirmo categoricamente que, se sobrevivermos algumas décadas ao nosso próprio desconhecimento, estas teorias estarão jogadas na lata de História da Ciência, pois não mais serão Ciência, e sim uma demonstração de como pudemos ser tão iludidos, um exemplo para não mais nos deixarmos levar por tantos sofismas.

E dou nome a estas teorias, não me escondo, contesto parte das teses dos incontestáveis Einstein, Bohr e Heisenberg.

Pois algumas de suas teorias ofendem a princípios irrefutáveis de filosofia natural, chamada de física clássica, de lógica primária e de sanidade mental.

Não tenho medo do que pensam as pessoas, dou o meu nome e assino as minhas postagens com ele. A minha única limitação é a Razão, juntamente com os fatos.

Não me dobro e não respeito autoridade de ninguém e nem texto algum que desdenhe da Razão e do bom senso, seja quem for a autoridade ou o autor do texto.

Não reconheço barreira entre o que chamam de conhecimento científico (da natureza) e o conhecimento do que chamam de sobrenatural, isto é decorrência de nossa incapacitação tecnológica e epistemológica.

Não escrevo sobre ciência e sim sobre filosofia natural, e cito as incoerências que vejo no que é hoje considerado conhecimento científico (que eu chamaria em parte de conhecimento sofístico) de modo a fundamentar minha opinião sobre ele, pois se eu disser simplesmente que “acho” que o Einstein está errado na relatividade, sem explicar o motivo, fica parecendo com alguém dizer que o time dele é o melhor.

A Verdade é apenas uma, com suas várias faces e facetas, mas ela é única e apenas ela prevalecerá.

Não me importa se o kardecismo é ou não cristão (principalmente porque, pela perspectiva histórica, ele é muito recente e pode se transformar em uma religião separada, como o budismo se tornou, ou ocorrerem fatos que mudem o caminho que ele já está percorrendo neste sentido), me importa é se vamos em direção à civilização ou em direção à barbárie.

Isto é que é importante.

Cada postura, atitude, ação, pensamento ou prática está em uma escala entre a civilização plena e a barbárie plena, e nos impele para um destes lados. [Apenas como comentário, a mais profunda barbárie seria algo mais bestial do que propriamente coisa de bárbaros, apenas nos acostumamos a chamar de barbárie aquilo que mais se distancia da atitude civilizada, nobre, educada e polida]

Não temos problemas em conviver com gente civilizada, tenham o credo que tenham.

Mas a convivência com bárbaros, trogloditas e seres bestiais, escória da humanidade, tenham o credo que tenham, é dificultosa aos que assim não são, pois é geradora de angústia, sofrimento e infelicidade.

Isto é importante.

Trotsky teria afirmado que “ou o socialismo ou a barbárie”. Como o socialismo perdeu e as minhas observações me levam a crer que a barbárie deu uma reanimada depois disto, pode ser que Trotsky, mesmo estando errado na solução, tenha acertado o resultado final.

Este tipo de mentalidade, de donos exclusivistas da verdade, que leva correntes de mesma orientação básica se digladiarem de forma incivilizada, tanto atrapalha que não a compreendo. Pois a essência acaba sendo a mesma e apenas os detalhes são diferentes.
Aparenta-me uma perda desnecessária de foco e de energia, pois não são os kardecistas ou os cientistas os adversários.

E sim a ignorância e seu efeito, a barbárie, que levam indivíduos, grupos e nações inteiras a praticar os maiores absurdos achando que estão fazendo o certo, se bem que alguns nem fazem questão disto pela sua condição de nulidade ética.

Neste aspecto se parecem com “as esquerdas”: vivem se estapeando, chegando a trocar tiros, enquanto seus adversários e inimigos se preparam para trucidar a todos.

E até com a velha briga entre a centro-direita e a centro-esquerda no século XX, cada qual se dizendo civilizada e progressista e acusando a outra de representante da barbárie.

Enquanto se matavam em campos de batalha pelo mundo afora, cada qual apoiando e se apoiando em bárbaros, a barbárie mais negra e obscura se refazia e se preparava para atacar ensandecidamente a ambos.

É isto que é necessário tentar evitar, pois entendo que este comportamento é em grande parte produto de desconhecimento, o que permite a espertalhões manipularem aos que vivem no obscurantismo e na ignorância.

Se a causa direta ou indireta do sofrimento é o desconhecimento, o antídoto do sofrimento é o que mata a causa dele, ou seja, o esclarecimento e o conhecimento destroem a ignorância, que ambientes onde exista a liberdade de pensamento propiciam.

Mas isto é outra conversa e esta já foi longe demais.

[]

Robson Z. Conti
Apenas a Verdade prevalecerá

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...você opina que o Kardecismo é cristão e eu opino que não é.
William Robson
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Vejamos o que dá este tipo de assunto ser tratado com falso ou verdadeiro.

Eu não disse que o espiritismo é cristão, eu disse que ele é tão cristão quanto budista e hinduísta, dentre outros, tendo em vista a doutrina espírita ter pontos de contato tanto com o cristianismo quanto com outras doutrinas.

Mas a interpretação bipolar interpreta que eu disse que é cristão, como se apenas esta classificação tivesse sido mencionada.

O que fez o Kardec assumir que a doutrina dos espíritos é cristã foi o fato dos supostos espíritos com os quais houve comunicação o terem declarado.

Este é um ponto que pouca gente percebe.

O Kardec teria sido apenas o catalogador, uma espécie de editor e organizador das supostas comunicações dos espíritos, pois não era médium, de maneira que a doutrina espírita adotou as posições que adotou não por escolha do Kardec, e sim pelas supostas instruções do além, transmitidas aos médiuns.

Ou seja, teriam sido estes supostos espíritos os responsáveis por vincular a DE ao cristianismo, e não o Kardec.

Sob esta orientação a DE sempre se posicionou como cristã, em vista da instrução que os médiuns teriam recebido.

Só que a ortodoxia cristã evidentemente rejeitou esta classificação, sem bem que no fim do século XIX já estavam mais civilizados e não fizeram com os kardecistas o que fizeram com cátaros e albigenses que tinham as mesmas ideias (mataram a todos os habitantes da região, dizendo que Deus saberia quem era herege e quem não era).

Outro detalhe, a respeito do qual eu já falei: esta estória de dizer que os nossos pecados foram resgatados por Jesus é coisa de paulinista querendo fieis para o seu rebanho.

Fica atrativo demais na primeira hora, mas o novo irmão é rapidamente informado que se não andar na linha vai para o fogo do inferno por toda a eternidade, com fé ou não em Jesus. O mesmo ocorre na ICAR, ou segue os mandamentos ou o mandam para baixo.

Em relação ao que leva alguém a ter atitudes mais tendendo à barbárie ou mais tendendo à civilização, a tese de que, se alguém, no último momento, se disser arrependido e tiver fé na própria salvação em função de crer em Jesus, tem muito mais chances de facilitar a inconsequência e se distanciar da civilização, pois é possível safar-se das consequências de seus atos de maneira muito simples.

Já quem tem em conta que, tudo o que ele faz, de bom e de ruim, terá consequências adequadas e proporcionais às suas posturas e seus atos, vai pensar um pouco mais antes de puxar a cauda do gato, porque considera que vão puxar-lhe também, arrependido ou não, com ou sem fé.

Como eu considero que a melhor doutrina, mesmo que seja o ateísmo, é aquela que nos leva a agir de forma mais civilizada, independentemente de outros detalhes, uma doutrina que me faz procurar não produzir sofrimento e sim felicidade, é mais útil ao progresso social e ético do que uma que diga para o sujeito que, mesmo que ele apronte um monte, tem um botão mágico que o livrará das consequências.

Isto seria impunidade, e impunidade incentiva comportamento que pode ir de leviano e inconsequente a deplorável, vil e torpe.

O que pode ajudar a explicar muito do que se vê por aí.

Pelos atributos que tenho como sendo de Deus, o Justo, não penso que tão simplista, leviana e inconsequente solução seria adotada por Ele ou sob sua orientação.

Deus é bonzinho, e não bobinho. Mas, principalmente, é Justo.

[]s

Um aprendiz
Apenas a Verdade prevalecerá

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Sobre os atributos de Deus

Estou postando aos poucos o que me levou a ter a posição que tenho a respeito de alguns assuntos, para não estourar a abertura do blog (e para não deixar o Hosaka ainda mais "burabo, né"), mas vou tentar adiantar para não ficar toda hora explicando alguns detalhes já previstos para mais adiante.

Além deste texto, que trata dos possíveis atributos de Deus, há programação de postagem de outros, com as conclusões lógicas decorrentes deste, assim como este é decorrente das conclusões logicamente demonstradas de maneira formal, de forma que deixam de ser formalmente opinião e passam à categoria de conclusão lógica, a qual somente pode ser desafiada se as premissas estiverem incorretas ou se houve um erro no formalismo. Mas vamos a eles então.

"A menos que se admita a existência de Deus, a questão que se refere ao propósito para a vida não tem sentido”
Bertrand Russel

Durante muitos anos investiguei a realidade com a qual fui confrontado e, após algumas idas e vindas, passei a adotar uma opinião um pouco mais bem especificada de qual seria o propósito da vida humana e apresentar a minha opinião a respeito.

Mas percebi que esta opinião necessitava ser fundamentada em argumentos e princípios mais bem estabelecidos e muito bem explicados.

Assim como Bertrand Russel concluiu, eu também fiquei com a impressão de que, sem a admissão da existência de Deus, este propósito não faria muito sentido para muita gente e que a opinião materialista, que vê a vida apenas como uma oportunidade única para os prazeres e alegrias do consumismo e do hedonismo banal e fútil, se imporia (o que me leva a conclusão de que, mesmo a maioria das pessoas afirmando que acreditam em Deus, muitas delas vivem como se Ele não existisse).

Como já admitimos (na verdade concluímos de maneira irrefutável) a necessidade de existência de Deus, julgo conveniente procurar definir quais poderiam ser seus atributos e características, de modo a, em função delas, procurar pelo sentido da vida humana.

Para a definição de quais poderiam ser os prováveis atributos do Criador há a necessidade de tentarmos defini-Lo.

Anteriormente coloquei algumas possíveis definições (nos artigos Penso, logo Deus existe! e Resumo da ópera 1: penso, logo Deus existe) e considero razoável que comecemos por uma delas, a que diz que Deus é a explicação suprema para existência, a ordem e a razão universais.

Sendo Ele  “supremo”, desde a sua definição, considero-me autorizado a concluir que tenha atributos também supremos.

E o que seriam atributos supremos para um ser? Inicialmente consideremos que, para que uma estrutura existente seja um ser e não apenas algo, esta estrutura deve ser dotada de consciência, e neste caso de autoconsciência, ou seja, saber da própria existência, sem o que uma estrutura não pode ser considerada suprema, por ser apenas um objeto, qualitativamente muito inferior a um ser.

E neste caso, sendo esta característica suprema, teria de ter suprema consciência, isto é, não apenas de si mas também do Todo, do conjunto da obra.

Ou seja, podemos dizer inicialmente dizer que Deus seria alguém e não algo.

Uma vez definida a sua característica fundamental (existente, e dotado de consciência) passamos a investigar quais seriam os demais atributos deste ser.

Usando a mesma definição, verificamos que todos os demais atributos hão de ser também supremos.

O que nos leva a afirmar que este ser há de ter o máximo possível de inteligência e de sabedoria, sendo a própria sapiência.

Em sendo supremamente inteligente, podemos inferir que Ele criou o Todo e tudo o que nele há com alguma intenção, com algum propósito, como é típico de seres inteligentes, em vez de fazer as coisas a esmo, como é mais comum em seres menos dotados de inteligência.

Não consigo imaginar que alguém com alguma inteligência crie algo tão complexo quanto este universo e o próprio Todo sem intenção alguma.

E Deus, conforme já dissemos, não teria apenas “alguma inteligência”. Teria toda a que é possível ter.

Então vamos tentar verificar qual poderia ser esta intenção (ou quais).

Esta pode parecer uma questão banal, mas considero que seja uma das mais importantes da existência humana, se é que não é a mais importante e significativa de todas.

Pois pode nos levar a uma possível resposta da questão do significado da existência, tão procurado e tão debatido.

Havendo um propósito para Deus ter criado o Todo e a todos nós, o conhecimento deste propósito pode nos guiar sobre qual o propósito da nossa existência, para Ele.

E considero definitivamente que este propósito d’Ele deve de alguma maneira ser levado em consideração por nós.

Ou deveria, já que, em havendo este propósito maior, caso nos afastemos demais dele, por melhores que sejam as nossas intenções e por mais racional que nos pareçam o sentimento, a argumentação ou o raciocínio que nos levem a concluir que o sentido da vida é outro, estaremos, no mínimo, desperdiçando tempo e energia (como o tempo é a matéria prima da qual é feita a vida, estaremos desperdiçando a vida).

E no máximo poderemos estar correndo um risco muito mais sério, o de ter de colher o que plantamos, o de ter as exatas consequências de todos os nossos atos e omissões (do que não poderíamos reclamar, desde que sejam na exata medida do que fizemos).

Vamos portanto tentar chegar aos atributos possíveis de Deus e ao que teria maior probabilidade de ser o propósito da criação.

Entendo que as qualidades e características de um ser que seja supremo, não devem ser as apenas as maiores e sim as maiores e melhores.

Portanto estas qualidades seriam supremamente elevadas e superiores. Assim, este ser só poderia ser poderoso, bom, sábio, sabedor, conhecedor e justo, dentre outras supremas perfeições.

Usando uma outra definição, a de (Santo) Anselmo, Deus seria “alguma coisa maior do que a qual nada se pode pensar (aliquid quo nihil maius cogitari possit)”, à qual eu adicionaria, “sem torná-la logicamente impossível”, para evitar os paradoxos que poderiam advir dela, teremos este ser supremo como o dotado de todos os máximos e elevados atributos.

Em relação a estes paradoxos, muitos retratam a questão de Deus ter sido declarado absolutamente incognoscível, incompreensível e inimaginável pelo ser humano como uma ação com o propósito de impedir o progresso da ciência, apoiando assim o obscurantismo, com claras intenções de domínio político e social.

Acredito que uma parte dos que afirmaram a não compreensibilidade de Deus tiveram realmente intenções bem mundanas e escusas. Mas não todos.

Ao descrever Deus como um ser ou entidade impossível de ser compreendido alguns certamente o fizeram por medo ou receio de descrever a Deus como menor, menos poderoso ou menos sapiente do que na realidade poderia ser.

E com este medo de ofender a alguém tão poderoso o tornaram tão imensamente, absurdamente, infinitamente e impossivelmente grandioso que o tornaram também logicamente impossível, configurando um quadro perfeito para que algumas pessoas produzissem elaborados e capciosos, porém simplistas, raciocínios, levando a falaciosos paradoxos “insuperáveis”.

Em Ele sendo a explicação do inexplicável, é declarado tão grande que também se torna inexplicável.

Mas Ele pode ser inexplicável e incognoscível, mas não impossível, como acabou por parecer a alguns, por excesso de zelo, com honestidade e boas intenções (pelo menos por parte de alguns).

Temos pela frente uma grande dificuldade, uma tarefa complicada.

Pois em muitas dificuldades e possibilidades de engano se incorre ao se tentar definir com palavras o que é indefinível. Mas vamos lá.

O primeiro atributo físico seria a extensão, o tamanho. E Deus teria de ser ilimitadamente extenso, ilimitadamente grande, ilimitadamente ocupante de todo o espaço e extensão existentes em todos os universos e em todas as dimensões que existissem.

Mas qual o seu tamanho? O maior possível, ponto. E quanto é o maior possível? O maior possível, ponto.

Isto para se evitar um primeiro paradoxo, uma contradição insolúvel entre as alegadas onipotência e onipresença, a oni-extensão.

Pois se não pudesse criar um lugar tão grande onde nem mesmo Ele poderia ocupar todos os espaços simultaneamente não seria infinitamente poderoso e se não conseguisse ocupá-lo todo não seria infinitamente extenso.

E até um paradoxo da onipresença com ela própria. Pois mesmo que Ele não criasse este lugar tão grande, mesmo que o lugar simplesmente existisse e Ele não conseguisse ocupá-lo todo, então Ele não seria onipresente, oni-extenso.

Mas Ele não tem que ser nada além do que Ele é. E o que Ele é? Ele é tão grande quanto é possível ser, ponto. E de que tamanho Ele seria? Do máximo possível, ponto.

O segundo atributo físico seria o da potência, seria o poder, a capacidade de fazer algo.
Também neste caso teríamos de considerar o poder de Deus como o maior possível, como tendendo ao infinito.

Pois o ser ou entidade que seja a causa primordial da existência do Todo, de todos os universos, de todos os lugares, de todos os objetos, de toda a energia, de todos os demais seres e de todos os fenômenos, causas e efeitos em todos os universos em todas as dimensões porventura existentes haveria de ter insuperável poder.

E quanto seria este poder, esta potência? Seria a maior possível, ponto. E quanto é a maior possível? Seria a maior possível, ponto.

Pois se a afirmarmos infinita, daremos causa ao segundo paradoxo em que se incorre ao tentar definir com palavras o que é indefinível mesmo com a mente.

Deus, sendo infinitamente poderoso poderia criar algo tão pesado que Ele próprio não poderia carregar? Se puder criar e não puder carregar, não é de poder infinitamente absoluto.

Se não puder criar algo tão pesado, também não tem potência infinita. Então o que se pode dizer do poder d’Ele é que seria o valor correto, justo, harmonioso e equilibrado. Mas o quanto Ele seria poderoso? O máximo possível, ponto.

Tendo uma definição básica de quais seriam os atributos físicos de Deus (se é que se pode falar em atributo físico de um ser que seria metafísico por definição), vamos passar aos atributos éticos.

Inicialmente considero que um ser com supremos e elevados atributos deva ter também supremos e elevados princípios éticos¹.

Ou ele não seria supremo no que considero o supremo atributo. Neste caso pode ser necessário que se defina o que seria a Ética.

No meu ponto de vista, Ética é dar a todos os demais o mesmo respeito e tratamento que você deseja ou exige para si mesmo, sem que eles exijam ou sequer peçam.

Esta também é praticamente a definição de Justiça, a qual, para mim resume-se  a  dar a todos idêntico tratamento em idênticas condições, de maneira que o outro seja tratado de modo idêntico ao que gostaríamos de ser tratados (ou aos nossos pais e filhos) em idênticas condições sem que o outro tenha que nos pedir ou muito menos exigir.

Há pois uma identidade muito grande entre a Justiça e a Ética, por um lado, e entre ambas e a igualdade.

Resumem-se portanto à igualdade. Onde houver igualdade haverá Justiça e onde houver desigualdade (iniquidade) haverá injustiça. E Deus será, por excelência, igualitário, Justo e Ético.

Entre o bom e o mau, entre o bom e o perverso, entre o bem e o mal, entre os extremos, há o meio termo, o equilíbrio, a justa medida. Há o Justo, a Justiça.

E é aí que deve estar Deus, no supremo equilíbrio, na harmonia harmoniosa e equilibrada.

E Ele tem o máximo possível de todas as características elevadas e nobres. Que talvez pudesse ser traduzida como Sapiência. Suprema. Máxima.

Ele tem o conhecimento pleno e supremo de tudo o que é possível ser sabido. E quanto é este conhecimento? O máximo possível, o máximo que Ele teria se proposto.

Também para o atributo conhecimento nós estamos evitando mais um paradoxo, o da liberdade, o do livre-arbítrio.

Pois se Deus decidir saber antecipadamente tudo o vai ocorrer, nada e nem ninguém poderá alterar isto, ou seja, imediatamente todos os seres dos universos, inclusive Ele próprio, perderão o livre-arbítrio (alguns consideram que nem mesmo Ele poderia alterar o que Ele já sabe que ocorrerá, ou geraria mais um paradoxo).

Ser bom ao extremo gera irresponsabilidade.

Ser permissivo ao extremo gera libertinagem, gera inconsequência.

Ser rigoroso ao extremo gera falta de liberdade, gera opressão.

Ser exigente ao extremo gera exploração.

Ser tolerante ao extremo gera desinteresse.

Ser demais, gera demais. E, se é demais, é demais.

Pois o adequado é a justa medida. Então é na justa medida que está a perfeição.

A perfeição está no equilíbrio, na harmonia, na Justiça. Estes seriam os atributos, qualidades, características, em que Ele seria ilimitado sem deixar de ser perfeito. E de quanto seria este equilíbrio, esta harmonia. Do máximo possível, ponto.

Esclareço que, no meu ponto de vista, alguns destes paradoxos, se não todos, carecem de validade lógica.

Pois não consigo imaginar que um ser, sendo fundamentalmente o portador da máxima inteligência possível, sequer pensaria em produzir espaços tão imensos, objetos tão pesados ou a outras “façanhas” do mesmo tipo.

Isto seria coisa de seres com a limitada inteligência que possuímos, o que seguidamente vezes demonstramos ao criar instituições e sistemas que transformamos em monstros que tem nos explorado, controlado, oprimido, escravizado, engolido e massacrado nestes milênios todos.

Voltando aos atributos de Deus, julgo conveniente defini-Lo de acordo com o que acabamos de ver mais acima.

Deste modo, no meu ponto de vista, Deus é uma entidade metafísica, causa e explicação da existência do Todo, dotada dos máximos atributos elevados possíveis e simultaneamente existentes, de modo que uma característica elevada não seja tão exagerada que impeça todas as outras de também existirem na máxima amplitude possível, de maneira primorosamente equilibrada, exatamente harmoniosa e na melhor e mais justa proporção possível.

Em poucas palavras, Deus é o máximo. E o Justo.

Desta maneira, sendo Deus maximamente Justo, não tenho como sequer imaginar que Ele não considere a todos e a cada um de todos os seres humanos como exatamente iguais entre si e não lhes dê idênticas oportunidades e tratamento.

O que observamos como diferenças de tratamento, se o considerarmos justo, só podem ser em função de diferenças de comportamento nossas, ou seja, nós é que somos a medida de tudo o que nos acontece.

Isto pode parecer uma concessão ao sofismo mas é implicação necessária da Justiça divina: todos e cada um de todos são tratados exatamente da mesma maneira que já trataram ou ainda tratam aos demais seres humanos (e, no meu ponto de vista, também de acordo com a crueldade ou não com animais). Não como castigo, mas para aprenderem como tratar aos outros.

Uma vez delineados os que considero serem os mais prováveis atributos fundamentais de Deus, podemos passar à investigação de outros detalhes, em textos que se seguirão a este.

Notas: ¹ Muitos se referem à Ética como sendo a “moral”.
Eu prefiro falar sempre em Ética pois a moral se relativiza de acordo com a época, o local, a comunidade e os costumes de cada um.
A Ética não. A Ética é imutável em qualquer universo e em qualquer época.
Não serei simplista o suficiente para afirmar que em todas as situações possíveis ou imagináveis, os mesmos atos serão considerados sempre éticos ou antiéticos.
Mas considero que, na mesma situação, um ato não será ético em um tempo e local e antiético em outro tempo e local.
Será ela, a situação, que permitirá a definição e não qualquer regra, norma, costume ou mesmo lei.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O desejo de não saber

"O budista diz que somos vítimas do "desejo de ignorar", e o psicanalista se refere ao "desejo de não querer saber". Nos dois casos, acabamos produzindo nossa própria miséria"


Hokusai poderia ser sinônimo de Japão como Van Gogh é de Holanda. Um e outro são  a expressão do seu país, embora Hokusai não seja muito conhecido no Ocidente, talvez por não ser tão bem aceito pela Academia quanto foi pelos japoneses. O fato é que ilustrou mais de 120 obras ,  abordando temas diversos descrevendo o trabalhos e os prazeres dos seus compatriotas na rua, no campo e o mar. As suas cortesãs são mágicas e as suas visões inesquecíveis..


Entre as imagens da coleção Manga, a palavra cuja tradução é “desenho espontâneo”, há uma do Buda particularmente interessante. Ele aparece em meio a quatro demônios. Ao lado de cada um deles  está escrita uma das quatro verdades do budismo:  a do budismo que toda vida implica; a da origem desse sofrimento; a do seu fim; e a do caminho que conduz a esse fim.

Na imagem de Hokusai, a verdade está associada a figura  do demônio porque os homens tendem a ignora-la. Para explicar essa inclinação, o budismo diz que somos vítimas do “desejo de ignorar”, e o psicanalista se refere ao “desejo de não querer saber”. Nos dois casos, acabamos produzindo nossa própria miséria.


Entre o budismo e a psicanálise não há oposição direta, embora exista uma grande diferença. Para o budista, e a cultura do Extremo Oriente em geral, a subjetividade não existe  - o que importa é integrar-se ao Todo. Para o psicanalista, o caminho da verdade é o que permite decifrar o inconsciente, ou seja, o da escuta. São posições diferentes. A cultura ocidental não existe sem o sujeito, o desejo e a fantasia individuais.


Embora diferentes, tanto o budismo quanto a psicanálise podem nos guiar, já que o que realmente interessa é não distanciarmos da verdade, qualquer que seja ela, não cairmos no engodo de mentir para nós mesmos e,  desse modo, sofrer além da conta.


Betty Milan

Revista Veja 2241  – 2/11/2011



(Selma)


Pensamentos

Em função de algumas observações, considerei que poderia traçar basicamente o seguinte quadro:

- Crença religiosa: quando a nossa posição é em função de fé que se tem em algo, sem que aquela posição seja alterada por fatos, pela razão ou pela lógica;

- Posição decorrente da Filosofia: quando a nossa posição é em função da observação de fatos e de raciocínio lógico, sempre ouvida a razão;

É a razão que nos impede de considerar que a luz fez curvas no caso abaixo, mesmo vendo a curva, se estivermos sobre a superfície da Terra.
- Filosofia moral (algumas vezes chamada de Ética, mesmo sabendo que moral é algo passageiro e determinado por fatores geográficos e culturais, e que Ética é o que pode ser considerado adequado em qualquer época e local - a escravidão já foi considerada moral, mas jamais pôde e jamais poderá ser considerada ética): cuida do que pode ser considerado atitude ou postura elevada ou nobre e do que é torpe e vil, o eterno conflito entre o bem e o mal, em que se valida ou não o comportamento de seres racionais.

- Filosofia natural: parte da filosofia que estuda a natureza, que em grego é física, nome pelo qual passou a ser conhecida nos últimos dois séculos. Tanto que o famoso livro de Newton é “Philosophiae Naturalis Principia Mathematica”, (Princípios Matemáticos de Filosofia natural) em que as leis naturais foram tão bem explicadas matematicamente que esta área da Filosofia tornou-se independente e hoje só usa números e equações;

- Matemática: parte da filosofia natural, que teria começado como misto de geometria e lógica e, aos poucos, foi expandindo-se e separando-se. É uma representação abstrata da realidade, o que a torna um tipo de linguagem que pode ser verbal ou escrita, que tem por finalidade auxiliar seres racionais a assimilarem mais facilmente, produzirem resultados e a trabalharem com quantidades, valores e dimensões (tamanhos). A matemática escrita usa de simbologia (ou notação) própria para representar a realidade física ou imaginária e fazer operações lógicas entre elas. Como exemplo de realidades imaginárias temos o conceito de infinito, o qual não existe na natureza e tudo o que dele é deduzido ou gerado através de operações matemáticas (que no fundo são operações de lógica aplicadas a quantidades, valores e dimensões). Assim, a matemática se torna um misto de lógica com linguística em que os resultados são considerados exatos e inquestionáveis (pois dizem que os números não mentem a não ser que passem algum tempo na companhia de contadores).

Desta maneira, uma pessoa ou grupo destas pode ser caracterizado como pertencente a um destes modos de pensar e de se posicionar em relação a uma série de questões.

Neste caso, em que categoria colocaríamos uma pessoa que acredita que uma carta de baralho que ele viu caindo com apenas uma das faces para cima não representa a realidade, e sim o resultado de uma equação que muito pouca gente entende, e que diz que aquela carta caiu com as duas faces para cima ao mesmo tempo em realidades superpostas quanticamente, como a física atual leva seus seguidores a considerar?

Se ele não usa fatos e a razão como critério, zomba do bom senso e da lógica, filósofo ele não pode ser, pois desdenha da razão. Se não é filósofo, não pode ser filósofo natural, ou físico.

Como suas conclusões são decorrentes apenas de convenções utilizando representações idealizadas da realidade, através de números e termos de equação, então ele é apenas um matemático.

Nem geômetra pode ser considerado, pois suas conclusões não são geometricamente consistentes, ou seja, não são possíveis de ser desenhadas ou espacialmente distribuídas mesmo com sistemas de representação em 3D.

Outro detalhe interessante é que na situação em que se encontra o que é atualmente considerado conhecimento científico, em que cada qual pode e deve escolher se a luz será vista como onda ou como partícula naquele momento, se a gravidade é coisa de grávitons ou de empenamento de espaço-tempo, se o fóton estava em um ou dois lugares depois do experimento realizado e coisas do mesmo tipo, então quem assim procede dota sua posição em função de fé que se tem em algo, sem que aquela posição seja alterada por fatos, pela razão ou pela lógica. Esta posição é a de quem tem uma crença religiosa e não a mente de um cientista ou filósofo.

Pois a palavra “filosofia” indica alguém que é amigo da sabedoria, “ciência” é conhecimento (em latim) e a epistemologia é o estudo do conhecimento, parte da filosofia. O que deveria fazer de todo cientista um filósofo e, quando estudando a natureza, um filósofo natural.

Ou seja, os que hoje são conhecidos como físicos não podem ser considerados filósofos, naturais muito menos, por desdenharem de fatos, do bom senso, da lógica e da razão, atendo-se à uma representação da realidade manipulada logicamente sem crítica e sem confirmação por experimentos e resultados observáveis pelas pessoas em geral nas mesmas condições.

Por outro lado, um sofisma é quando uma conclusão aparentemente oriunda de raciocínio lógico perfeito é decorrente do uso de convenções e representações imperfeitas e produz, com isto um resultado pseudo-verdadeiro, contrário às bases primordiais e aos fatos.

Isto me faz remeter o atual pensamento científico, além de matemático e crença religiosa, à desprestigiada categoria de sofisma, se bem que muitos se orgulham dela e ela hoje domine o mundo, pois o direito positivo sobrepujou o direito natural e as doutrinas e ideologias dogmáticas dominaram as mentes e os corações em oposição às que se submetem aos fatos e à razão.

Paz e Felicidade à todos,

Um aprendiz
Apenas a Verdade prevalecerá

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Quinze minutos

Tem um aplicativo bacana que se chama Relógio, ele é nativo de todos os iPhones, de todas as versões. Eu conheci esse programa no tempo que comprei o iPhone 3G, e com ele dividi a metade do meu calendário - o calendário ficou de disparar o alerta para os eventos ocasionais, e o Relógio ficou de disparar o alerta para os eventos repetitivos, como hora de acordar, hora de acordar - 2a. chamada, hora de acordar - chamada crítica, para cada um deles defini um alarme diferente, o primeiro é suave, o segundo é mais barulhento e o terceiro é o alarme do filme Lost, quando a ilha toda está prestes a desaperecer. Hoje eu tenho o iPhone 4, e nessa semana descobri que o programa Relógio também é útil para fazer alertas ocasionais, principalmente na hora de ir no Banco Santander, em Diadema. Lá, o banco oferece cadeiras para o cliente sentar, e enquanto espero a minha vez, eu usava o 3G da Vivo a uma espantosa velocidade de 30 kb/s para ver a minha caixa postal, o Estado de S Paulo e o Blog da Selma, e depois de tudo isso, eu ainda tinha que esperar mais dez minutos para ser chamado, olhando as moscas que voam pelas nossas cabeças. Graças ao programa Relógio, mudei a minha rotina. Eu pego a senha do Santander e comparo com a senha que está sendo atendido: se a diferença for 5, então, sento e espero a minha vez. Se a diferença for 15, eu uso o Relógio para armar o alarme a 20 minutos. Se a diferença for 20, eu armo o alarme para 30 minutos. Depois que armo o Relógio, volto para o trabalho, adianto algum serviço aqui e ali, e quando o iPhone dispara o alarme, aí eu volto para o banco. iPhoneMod Brasil

Aniversário do Hosaka

Hoje é aniversário do Hosaka e faço questão de criar um post especialmente para lhe dar os parabéns. Ele é um amigo muito querido, um expert em tecnologia e de acordo com as estatísticas do blog, está entre os mais procurados para a leitura.

Muitas felicidades meu amigo. Que seus sonhos se tornem realidade na medida do possível e que no dia de hoje você ganhe muitos presentes... rsrs!

Talvez um perfume da princesa...

Falando em perfume, seria interessante lembrar que hoje em dia as essências para banho e pós-banho são classificadas em cinco tipos diferentes dependendo da concentração do extrato puro diluída em água: Deo-Colônia (1-3%), Colônia (3-5%), Eau de Toilette (4-8%), Eau de Parfum (8-15%) e Extrato (15-30%).

Uma gota de extrato comum (que não é extrato puro) sobre a pele humana cheira forte o dia inteiro, às vezes por dois dias seguidos, e não sai no banho por mais que se esfregue o sabão. Você fica com cheiro de “festa noturna” e vira motivo de piada...


Bem, mas não vim aqui para falar de perfume e sim para dar parabéns ao meu amigo!

Happy Birthday!


Selma 

(Ando ausente  pois tenho passado por uma fase ruim...)

Um ponto na reta

Lá em 1984, havia um programa chamado biorrítmo no HP 41, e com a data do nascimento, ele calculava o coeficiente de saúde física, espiritual e não me lembro o que a terceira curva media. Os valores flutuavam de 0 até 1, onde o melhor momento de sua vida era quando você estava no auge das três curvas. Talvez esse programa exista para o iPhone, e ao invés de mostrar uma tabela de números, ele deve mostrar a figura da curva, isso vou pesquisar mais a noite, agora não dá tempo mesmo. O que me deixava encantado era a forma como o HP 41 mostrava os três coeficientes em seu display de uma só linha com 12 caracteres monocromáticos. Naquela época, todas as calculadoras mostravam um valor no display, mas a HP 41 era a única que tinha essa capacidade de mostrar os três de uma vez. O que eu não sabia era o que representavam aqueles números, eu achava uma besteira esse negócio de coeficiente existencial, mas eu me apaixonei pela equação trigonométrica. Bem mais tarde, lá no fórum do UOL, é que conheci o Vai Volta e o Sr Adilson, são dois personagens impressionantes que continuam se debatendo há mais de cinquenta anos. O Sr Adilson questionava a reencarnação e defendia a tese de que somos escravos da vontade do Senhor, e o que o Senhor quer ele já escreveu. O Vai Volta pegava o comentário do Sr Adilson, e defendia a tese de que o Senhor não engessou o destino e que é possível melhorar o nosso caráter, ou seja, a vida é sempre uma nova chance de nos aperfeiçoarmos. Aí, o Adilson copiava o comentário dele mais o comentário do Vai Volta, e defendia o seu determinismo histórico. Em seguida, o Vai Volta copiava o primeiro comentário, o segundo comentário e o terceiro comentário, para acrescentar o quarto comentário. Resultado, o HD do UOL e do Terra não aguentou. Isso parece coisa de moleque, e o que me intriga é como eu, a Srta Nihil, a Dra Selma, o Sr Joseph, o William e o Robson conseguimos sobreviver a tudo isso. No meu caso, o caso Vai Volta e Adilson será o primeiro tópico da lista de reclamações que vou apresentar no Portal de São Pedro, se isso era um castigo pre determinado ou uma dica de Jesus para alertar quem se atrever andar nas trevas. Seja como for, os dois fizeram parte da minha existência, mas, ao contrário do Robson, não vou perder tempo querendo saber qual a importância desse dois na suposta realidade, se é que ela existe.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Contra fatos não há argumentos

Outro detalhe que aparentemente seria bom ser de conhecimento geral antes de continuarmos, seria a questão do baralho quântico (e correlatos que não resisti e acabei escrevendo em seguida).

Pega-se uma carta de baralho e tenta-se equilibrá-la sobre a borda em cima de uma mesa.

De acordo com a equação de Schrödinger, a carta cairá simultaneamente para os dois lados, direito e esquerdo.

Quando se põe em prática esse experimento com uma carta verdadeira, o que se vê é que ela cai para a direita ou para a esquerda, aparentemente ao acaso, e nunca para a direita e para a esquerda ao mesmo tempo, como a equação de Schrödinger quer nos fazer acreditar.

Mas os físicos atuais dizem que a carta caiu para os dois lados ao mesmo tempo e que esta é a realidade, a que chamam de coerente, e o que observamos é chamado de incoerente.

Nem mesmo o Schrödinger, o autor da equação, concordava com a interpretação que os partidários desta e de outras interpretações não determinísticas de sua equação, conhecidas como interpretações da teoria quântica.

Mas o mais sério é a questão da violação do conceito do que seria a realidade.

Pois a antes indiscutível sentença que diz que contra fatos não há argumentos foi discutida, questionada, contestada e invalidada.

A sentença que passou à almejada condição de indiscutível (para eles) foi algo como a desproposital “contra equações não há argumentos”, afirmando orgulhosamente que números não mentem (estes caras nunca deixaram números na companhia de um contador por alguns minutos para ver como eles aprendem a ficar mentiroooosos).

Ou seja, para estas pessoas, consideradas o supra sumo da intelectualidade humana, a realidade deixou de ser o que observamos de maneira convencional e solidária, passando a ser o que as equações afirmam.

É por estas e outras que acredito que os extremos se encontram e que, quando Einstein disse que haviam apenas duas coisas infinitas, a "esperteza" humana e o universo, sem ter tanta certeza quanto ao universo, eu acho que ele acertou na mosca.

Outro detalhe a ser levado em consideração é o que é conhecido como experimento de "escolha retardada": não apenas um fóton pode estar em dois lugares ao mesmo tempo como também o experimentador pode escolher, depois do acontecimento, se o fóton estava em dois lugares ou somente em um.

Ora, onde se pode escolher em que se acredita é nas religiões, e não na Ciência. A pessoa que está no papel de pesquisador que faz um experimento e que pode escolher, depois do experimento realizado (!), o resultado que o experimento produziu, não é mais um pesquisador, pois não se submeteu à realidade dos fatos.

E sim escolheu qual seria a realidade.

Além destas “artes”, fazem experiências com a luz escolhendo antecipadamente se ela será onda ou será partícula. Mas que coisa ridícula!

A luz faz parte da realidade objetiva e ela é o que ela é, independentemente de nossas escolhas, ela é uma entidade em si e não uma abstração de nossas mentes mancas.

Se não sabemos o que ela é, melhor dizer que não sabemos em vez de dizer que ela é duas coisas diferentes entre si.

Com isto simplesmente estão dizendo que uma coisa é diferente de si mesma no mesmo período de tempo, o que, anteriormente, seria suficiente para o sujeito não ser levado a sério e, se teimasse, escrevesse, assinasse e publicasse, para interná-lo em um sanatório.

Mas agora, como os extremos se encontraram, ganham prêmios Nobel e são chamados de gênios.

E nós, incapazes de compreender as indecentemente complexas equações, acreditamos, ou fingimos que acreditamos, para não passarmos por burros em dizer que o rei está nu, só porque ele está coberto de equações que ninguém também vê.

Enquanto preferirmos um sujeito coberto por uma equação a um coberto de razão, veremos o rei nu e teremos de fingir ver equação que nunca alguém viu.

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