sábado, 12 de novembro de 2011
Comentando
Robson, na sua opinião o Kardecismo é ou
não cristão?
Se for ficar pesando prós e contras quero fazer um pedido.
De 1 a 10 sendo 10 o mais próximo de uma doutrina deixada por Cristo em que nível o Espiritismo está?
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Ele diz que não liga de ter uma mente cientifica então porque tantos textos com teorias cientificas?
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William Robson
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...você opina que o Kardecismo é cristão e eu opino que não é.
William Robson
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><
Se for ficar pesando prós e contras quero fazer um pedido.
De 1 a 10 sendo 10 o mais próximo de uma doutrina deixada por Cristo em que nível o Espiritismo está?
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Ele diz que não liga de ter uma mente cientifica então porque tantos textos com teorias cientificas?
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William Robson
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>< Para
não apavorar o William, a primeira coisa que vou fazer é responder à pergunta
dele. Só não sei se ele vai gostar.
Tentando não
deixar o William sem resposta, apesar das dificuldades que exponho mais abaixo,
e em vista a minha opinião geral, de que quase todos estão parcialmente corretos
porém incompletos, posso dizer que o kardecismo é cristianismo, como é
hinduísmo, budismo, esoterismo, taoísmo, confucionismo e hermetismo, pelo
menos.
Assim como o
budismo também seria, o que pode ser repetido para outras doutrinas menos
conhecidas aqui (mas poderosas em seus países, como o xintoísmo).
Compreendo o
desespero do William, que pensa e se orgulha de pensar matematicamente (apesar
de eu o considerar bem melhor que isto).
Mas, mesmo na
matemática e na lógica há questões indecidíveis e não vejo porque dar uma
resposta tipo sim ou não, falso ou verdadeiro, zero ou um, e nem em uma escala
de valores pois, se eu escrever...
A frase abaixo
é verdadeira.
A frase acima é
falsa.
...como é que
podemos definir qual delas está correta, ou mesmo avaliar em termos de
porcentagem? Foi isto que Kurt Gödel demonstrou com seu afamado e famigerado
Teorema da Incompletude Matemática (e este exemplo é dos mais
simples).
Uma situação
que sempre me deixou perplexo desde criança é a do promotor ou do advogado
exigindo que a testemunha responda com “sim” ou “não” a questões complexas, que
nos filmes podiam condenar alguém inocente à cadeira elétrica ou deixar um
facínora à solta.
Este simplismo
pode cair bem em filmes, mas se não cabe nem mesmo na matemática e na lógica,
como pode chegar a questões metafísicas de extrema complexidade.
A dificuldade
em definir secamente se o kardecismo é ou não cristão, também existe se nos
perguntarmos se o cristianismo é ou não judaísmo, [têm o mesmo Deus, os mesmos
profetas, as mesmas leis, compartilham parte dos cânones, são messiânicos], se o
islamismo é ou não judaísmo, [têm o mesmo Deus, os mesmos profetas, as mesmas
leis, compartilham parte dos cânones e tanto os árabes (ismaelitas) quanto os
judeus (israelitas) são descendentes de Abraão], se o islamismo é ou não
cristianismo, [têm o mesmo Deus, os mesmos profetas, as mesmas leis,
compartilham parte dos cânones] ou se os cátaros e albigenses eram ou não
cristãos? [tinham o mesmo Deus, os mesmos profetas, o mesmo Salvador, as mesmas
leis, os mesmos cânones e eram messiânicos, mas discordavam das
interpretações].
Já disse que
Gautama, Jesus ou Kardec não queriam fundar religiões. O mesmo ocorreu com
Muhammad (Maomé) e posteriormente com Lutero, Calvino e mesmo com Henrique VIII
(anglicanismo).
Eles desejavam
reformar a religião em que se encontravam e não criar outra, mais adequada ao
que tinham em mente, mas sem abrir mão dos princípios vigentes (até o Henrique
VIII produziu algum benefício para a felicidade humana, com a legalização do
divórcio).
O problema é
que o pessoal da alta hierarquia destas religiões, que já estava com a rapadura
nas mãos, não a solta de jeito nenhum e qualifica de hereges os que tentam
mudanças que os ameacem.
Em regiões
dominadas por cristãos ortodoxos, os católicos eram e aparentemente ainda são
tidos como hereges, pois cristãos ORTODOXOS são eles (e os demais, heterodoxos
ou hereges). E alguns gnósticos dizem que mesmo os cristãos ortodoxos são
hereges.
Esta situação
de indefinição é decorrente de que, em questões de fé, a fé é quem
manda.
Como a razão
pode tomar posição quando nos perguntarmos, por exemplo, se o islamismo é ou não
hinduísmo?
Isto pode
parecer estranho para muitos, mas os adeptos do hinduísmo dizem que todas as
demais religiões são também hinduístas, apenas com nomes diferentes para Deus,
pois é isto o que está TEXTUALENTE declarado no Baghavad Gita. Além deles,
alguém concorda com isto?
De idêntica
maneira o pessoal do islã diz para ser muçulmano basta que a pessoa seja
submissa a Deus, o que levaria a muitos serem muçulmanos sem o
saberem.
Mesmo eu, que
sou submisso à Razão, que considero outro e melhor nome de Deus, posso ser
considerado hinduísta por hindus e muçulmano por muçulmanos mais ecléticos. Já
para mim isto não tem a menor importância, como vou explicar
adiante.
O mesmo ocorre
em relação a outros credos, como no caso dos sikhs, que unem conceitos do islã e
do hinduísmo.
Também
poderíamos nos perguntar se o budismo e o jainismo são ou não hinduísmo, pois
compartilham o substrato cultural e conceitos deste.
Também já
escutei taoístas chineses afirmarem que Lao Zi (que conhecemos como Lao Tsé, mas
que eles garantem que não se pode chamá-lo assim, pois o significado seria
absurdo) ensinou as técnicas da iluminação ao Confúcio e ao próprio Gautama, o
que transformaria o Confucionismo e o Budismo em Taoísmo.
Outros,
confucionistas, disseram que Jesus seria a reencarnação de um discípulo de
Confúcio que se iluminou.
Fora os
esotéricos de diversas correntes que dizem que tudo deriva de uma antiga e única
doutrina pré diluviana, que sobreviveu principalmente com Hermes no Egito, com
monges do Himalaia e com Fu Xi (ou Fu Hsi) na China, tendo depois se espalhado,
com as distorções que sempre ocorrem da interpretação que cada grupo deu ao que
seria supostamente único em sua base ancestral.
Ou seja, os
grupos ecléticos puxam a sardinha para o prato universalista e cada grupo
exclusivista diz que ele é dono exclusivo da Verdade.
Em relação ao
assunto inicial,
- os
kardecistas e outros espiritualistas dizem que Jesus era o Messias e um
espiritualista tentando reformar o judaísmo.
- os judeus
dizem que Jesus não era o Messias e sim um impostor.
- os católicos,
ortodoxos e protestantes dizem que Jesus era o Messias e o próprio Deus.
- os muçulmanos
dizem que Jesus era um profeta, a ser respeitado da maneira que se respeita
Muhammad (Maomé) e os demais profetas da Bíblia, mas que não era Deus e nem
mesmo morreu na cruz, pois Deus o transportou direto ao paraíso e colocou Judas
Iscariotes na cruz (uma solução e tanto, não?).
Talvez melhor
seria perguntar para Deus, o senhor da Verdade.
Por isto eu
respondi da maneira que o fiz logo no início do texto. Porque esta questão é
complexa e entra em detalhes onde a razão não tem como assumir um controle mais
efetivo, visto ser um assunto de fé.
Outro detalhe
que eu gostaria de deixar um pouco mais esclarecido é a minha posição a respeito
do que hoje é considerado conhecimento científico.
Pois eu não
digo apenas que uma parcela do que hoje temos como conhecimento científico é
conhecimento inválido e sim que ele sequer é conhecimento.
Digo que parte
do conhecimento que temos hoje como científico é contraditório com outra parte
dele, a qual é coincidente, coerente e consistente com a lógica, de modo que
prefiro sempre a lógica, filha da Razão, e afirmo categoricamente que, se
sobrevivermos algumas décadas ao nosso próprio desconhecimento, estas teorias
estarão jogadas na lata de História da Ciência, pois não mais serão Ciência, e
sim uma demonstração de como pudemos ser tão iludidos, um exemplo para não mais
nos deixarmos levar por tantos sofismas.
E dou nome a
estas teorias, não me escondo, contesto parte das teses dos incontestáveis
Einstein, Bohr e Heisenberg.
Pois algumas de
suas teorias ofendem a princípios irrefutáveis de filosofia natural, chamada de
física clássica, de lógica primária e de sanidade mental.
Não tenho medo
do que pensam as pessoas, dou o meu nome e assino as minhas postagens com ele. A
minha única limitação é a Razão, juntamente com os fatos.
Não me dobro e
não respeito autoridade de ninguém e nem texto algum que desdenhe da Razão e do
bom senso, seja quem for a autoridade ou o autor do texto.
Não reconheço
barreira entre o que chamam de conhecimento científico (da natureza) e o
conhecimento do que chamam de sobrenatural, isto é decorrência de nossa
incapacitação tecnológica e epistemológica.
Não escrevo
sobre ciência e sim sobre filosofia natural, e cito as incoerências que vejo no
que é hoje considerado conhecimento científico (que eu chamaria em parte de
conhecimento sofístico) de modo a fundamentar minha opinião sobre ele, pois se
eu disser simplesmente que “acho” que o Einstein está errado na relatividade,
sem explicar o motivo, fica parecendo com alguém dizer que o time dele é o
melhor.
A Verdade é
apenas uma, com suas várias faces e facetas, mas ela é única e apenas ela
prevalecerá.
Não me importa
se o kardecismo é ou não cristão (principalmente porque, pela perspectiva
histórica, ele é muito recente e pode se transformar em uma religião separada,
como o budismo se tornou, ou ocorrerem fatos que mudem o caminho que ele já está
percorrendo neste sentido), me importa é se vamos em direção à civilização ou em
direção à barbárie.
Isto é que é
importante.
Cada postura,
atitude, ação, pensamento ou prática está em uma escala entre a civilização
plena e a barbárie plena, e nos impele para um destes lados. [Apenas como
comentário, a mais profunda barbárie seria algo mais bestial do que propriamente
coisa de bárbaros, apenas nos acostumamos a chamar de barbárie aquilo que mais
se distancia da atitude civilizada, nobre, educada e polida]
Não temos
problemas em conviver com gente civilizada, tenham o credo que
tenham.
Mas a
convivência com bárbaros, trogloditas e seres bestiais, escória da humanidade,
tenham o credo que tenham, é dificultosa aos que assim não são, pois é geradora
de angústia, sofrimento e infelicidade.
Isto é
importante.
Trotsky teria
afirmado que “ou o socialismo ou a barbárie”. Como o socialismo perdeu e as
minhas observações me levam a crer que a barbárie deu uma reanimada depois
disto, pode ser que Trotsky, mesmo estando errado na solução, tenha acertado o
resultado final.
Este tipo de
mentalidade, de donos exclusivistas da verdade, que leva correntes de mesma
orientação básica se digladiarem de forma incivilizada, tanto atrapalha que não
a compreendo. Pois a essência acaba sendo a mesma e apenas os detalhes são
diferentes.
Aparenta-me uma
perda desnecessária de foco e de energia, pois não são os kardecistas ou os
cientistas os adversários.
E sim a
ignorância e seu efeito, a barbárie, que levam indivíduos, grupos e nações
inteiras a praticar os maiores absurdos achando que estão fazendo o certo, se
bem que alguns nem fazem questão disto pela sua condição de nulidade
ética.
Neste aspecto
se parecem com “as esquerdas”: vivem se estapeando, chegando a trocar tiros,
enquanto seus adversários e inimigos se preparam para trucidar a
todos.
E até com a
velha briga entre a centro-direita e a centro-esquerda no século XX, cada qual
se dizendo civilizada e progressista e acusando a outra de representante da
barbárie.
Enquanto se
matavam em campos de batalha pelo mundo afora, cada qual apoiando e se apoiando
em bárbaros, a barbárie mais negra e obscura se refazia e se preparava para
atacar ensandecidamente a ambos.
É isto que é
necessário tentar evitar, pois entendo que este comportamento é em grande parte
produto de desconhecimento, o que permite a espertalhões manipularem aos que
vivem no obscurantismo e na ignorância.
Se a causa
direta ou indireta do sofrimento é o desconhecimento, o antídoto do sofrimento é
o que mata a causa dele, ou seja, o esclarecimento e o conhecimento destroem a
ignorância, que ambientes onde exista a liberdade de pensamento
propiciam.
Mas isto é
outra conversa e esta já foi longe demais.
[]
Robson Z.
Conti
Apenas a
Verdade
prevalecerá
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...você opina que o Kardecismo é cristão e eu opino que não é.
William Robson
===...===...===...===...===...===...===...===...===...===...===...===
><
Vejamos o que
dá este tipo de assunto ser tratado com falso ou verdadeiro.
Eu não disse
que o espiritismo é cristão, eu disse que ele é tão cristão quanto budista e
hinduísta, dentre outros, tendo em vista a doutrina espírita ter pontos de
contato tanto com o cristianismo quanto com outras doutrinas.
Mas a
interpretação bipolar interpreta que eu disse que é cristão, como se apenas esta
classificação tivesse sido mencionada.
O que fez o
Kardec assumir que a doutrina dos espíritos é cristã foi o fato dos supostos
espíritos com os quais houve comunicação o terem declarado.
Este é um ponto
que pouca gente percebe.
O Kardec teria
sido apenas o catalogador, uma espécie de editor e organizador das supostas
comunicações dos espíritos, pois não era médium, de maneira que a doutrina
espírita adotou as posições que adotou não por escolha do Kardec, e sim pelas
supostas instruções do além, transmitidas aos médiuns.
Ou seja, teriam
sido estes supostos espíritos os responsáveis por vincular a DE ao cristianismo,
e não o Kardec.
Sob esta
orientação a DE sempre se posicionou como cristã, em vista da instrução que os
médiuns teriam recebido.
Só que a
ortodoxia cristã evidentemente rejeitou esta classificação, sem bem que no fim
do século XIX já estavam mais civilizados e não fizeram com os kardecistas o que
fizeram com cátaros e albigenses que tinham as mesmas ideias (mataram a todos os
habitantes da região, dizendo que Deus saberia quem era herege e quem não
era).
Outro detalhe,
a respeito do qual eu já falei: esta estória de dizer que os nossos pecados
foram resgatados por Jesus é coisa de paulinista querendo fieis para o seu
rebanho.
Fica atrativo
demais na primeira hora, mas o novo irmão é rapidamente informado que se não
andar na linha vai para o fogo do inferno por toda a eternidade, com fé ou não
em Jesus. O mesmo ocorre na ICAR, ou segue os mandamentos ou o mandam para
baixo.
Em relação ao
que leva alguém a ter atitudes mais tendendo à barbárie ou mais tendendo à
civilização, a tese de que, se alguém, no último momento, se disser arrependido
e tiver fé na própria salvação em função de crer em Jesus, tem muito mais
chances de facilitar a inconsequência e se distanciar da civilização, pois é
possível safar-se das consequências de seus atos de maneira muito
simples.
Já quem tem em
conta que, tudo o que ele faz, de bom e de ruim, terá consequências adequadas e
proporcionais às suas posturas e seus atos, vai pensar um pouco mais antes de
puxar a cauda do gato, porque considera que vão puxar-lhe também, arrependido ou
não, com ou sem fé.
Como eu
considero que a melhor doutrina, mesmo que seja o ateísmo, é aquela que nos leva
a agir de forma mais civilizada, independentemente de outros detalhes, uma
doutrina que me faz procurar não produzir sofrimento e sim felicidade, é mais
útil ao progresso social e ético do que uma que diga para o sujeito que, mesmo
que ele apronte um monte, tem um botão mágico que o livrará das
consequências.
Isto seria
impunidade, e impunidade incentiva comportamento que pode ir de leviano e
inconsequente a deplorável, vil e torpe.
O que pode
ajudar a explicar muito do que se vê por aí.
Pelos atributos
que tenho como sendo de Deus, o Justo, não penso que tão simplista, leviana e
inconsequente solução seria adotada por Ele ou sob sua orientação.
Deus é
bonzinho, e não bobinho. Mas, principalmente, é Justo.
[]s
Um
aprendiz
Apenas
a Verdade prevalecerá
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Sobre os atributos de Deus
Estou
postando aos poucos o que me levou a ter a posição que tenho a respeito de
alguns assuntos, para não estourar a abertura do blog (e para não deixar o
Hosaka ainda mais "burabo, né"), mas vou tentar adiantar para não ficar toda
hora explicando alguns detalhes já previstos para mais adiante.
Além
deste texto, que trata dos possíveis atributos de Deus, há programação de
postagem de outros, com as conclusões lógicas decorrentes deste, assim como este
é decorrente das conclusões logicamente demonstradas de maneira formal, de forma
que deixam de ser formalmente opinião e passam à categoria de conclusão lógica,
a qual somente pode ser desafiada se as premissas estiverem incorretas ou se
houve um erro no formalismo. Mas vamos a eles então.
"A menos que se admita a existência de Deus, a
questão que se refere ao propósito para a vida não tem
sentido”
Bertrand Russel
Bertrand Russel
Durante muitos anos investiguei a realidade com a
qual fui confrontado e, após algumas idas e vindas, passei a adotar uma opinião
um pouco mais bem especificada de qual seria o propósito da vida humana e
apresentar a minha opinião a respeito.
Mas percebi que esta opinião necessitava ser
fundamentada em argumentos e princípios mais bem estabelecidos e muito bem
explicados.
Assim como Bertrand Russel concluiu, eu também fiquei
com a impressão de que, sem a admissão da existência de Deus, este propósito não
faria muito sentido para muita gente e que a opinião materialista, que vê a vida
apenas como uma oportunidade única para os prazeres e alegrias do consumismo e
do hedonismo banal e fútil, se imporia (o que me leva a conclusão de que, mesmo
a maioria das pessoas afirmando que acreditam em Deus, muitas delas vivem como
se Ele não existisse).
Como já admitimos (na verdade concluímos de maneira
irrefutável) a necessidade de existência de Deus, julgo conveniente procurar
definir quais poderiam ser seus atributos e características, de modo a, em
função delas, procurar pelo sentido da vida humana.
Para a definição de quais poderiam ser os prováveis atributos do Criador há a necessidade de tentarmos defini-Lo.
Para a definição de quais poderiam ser os prováveis atributos do Criador há a necessidade de tentarmos defini-Lo.
Anteriormente coloquei algumas possíveis definições
(nos artigos Penso, logo Deus existe! e Resumo da ópera 1: penso, logo Deus
existe) e considero razoável que comecemos por uma delas, a
que diz que Deus é a explicação suprema para existência, a ordem e a razão
universais.
Sendo Ele “supremo”, desde a sua definição, considero-me autorizado a concluir que tenha atributos também supremos.
E o que seriam atributos supremos para um ser?
Inicialmente consideremos que, para que uma estrutura existente seja um ser e
não apenas algo, esta estrutura deve ser dotada de consciência, e neste caso de
autoconsciência, ou seja, saber da própria existência, sem o que uma estrutura
não pode ser considerada suprema, por ser apenas um objeto, qualitativamente
muito inferior a um ser.
E neste caso, sendo esta característica suprema,
teria de ter suprema consciência, isto é, não apenas de si mas também do Todo,
do conjunto da obra.
Ou seja, podemos dizer inicialmente dizer que Deus
seria alguém e não algo.
Uma vez definida a sua característica fundamental
(existente, e dotado de consciência) passamos a investigar quais seriam os
demais atributos deste ser.
Usando a mesma definição, verificamos que todos os
demais atributos hão de ser também supremos.
O que nos leva a afirmar que este ser há de ter o
máximo possível de inteligência e de sabedoria, sendo a própria
sapiência.
Em sendo supremamente inteligente, podemos inferir
que Ele criou o Todo e tudo o que nele há com alguma intenção, com algum
propósito, como é típico de seres inteligentes, em vez de fazer as coisas a
esmo, como é mais comum em seres menos dotados de
inteligência.
Não consigo imaginar que alguém com alguma
inteligência crie algo tão complexo quanto este universo e o próprio Todo sem
intenção alguma.
E Deus, conforme já dissemos, não teria apenas
“alguma inteligência”. Teria toda a que é possível ter.
Então vamos tentar verificar qual poderia ser esta
intenção (ou quais).
Esta pode parecer uma questão banal, mas considero
que seja uma das mais importantes da existência humana, se é que não é a mais
importante e significativa de todas.
Pois pode nos levar a uma possível resposta da
questão do significado da existência, tão procurado e tão
debatido.
Havendo um propósito para Deus ter criado o Todo e a todos nós, o conhecimento deste propósito pode nos guiar sobre qual o propósito da nossa existência, para Ele.
Havendo um propósito para Deus ter criado o Todo e a todos nós, o conhecimento deste propósito pode nos guiar sobre qual o propósito da nossa existência, para Ele.
E considero definitivamente que este propósito d’Ele
deve de alguma maneira ser levado em consideração por nós.
Ou deveria, já que, em havendo este propósito maior,
caso nos afastemos demais dele, por melhores que sejam as nossas intenções e por
mais racional que nos pareçam o sentimento, a argumentação ou o raciocínio que
nos levem a concluir que o sentido da vida é outro, estaremos, no mínimo,
desperdiçando tempo e energia (como o tempo é a matéria prima da qual é feita a
vida, estaremos desperdiçando a vida).
E no máximo poderemos estar correndo um risco muito
mais sério, o de ter de colher o que plantamos, o de ter as exatas consequências
de todos os nossos atos e omissões (do que não poderíamos reclamar, desde que
sejam na exata medida do que fizemos).
Vamos portanto tentar chegar aos atributos possíveis
de Deus e ao que teria maior probabilidade de ser o propósito da
criação.
Entendo que as qualidades e características de um ser que seja supremo, não devem ser as apenas as maiores e sim as maiores e melhores.
Entendo que as qualidades e características de um ser que seja supremo, não devem ser as apenas as maiores e sim as maiores e melhores.
Portanto estas qualidades seriam supremamente
elevadas e superiores. Assim, este ser só poderia ser poderoso, bom, sábio,
sabedor, conhecedor e justo, dentre outras supremas
perfeições.
Usando uma outra definição, a de (Santo) Anselmo,
Deus seria “alguma coisa maior do que a qual nada se pode pensar (aliquid quo
nihil maius cogitari possit)”, à qual eu adicionaria, “sem torná-la
logicamente impossível”, para evitar os paradoxos que poderiam advir dela,
teremos este ser supremo como o dotado de todos os máximos e elevados
atributos.
Em relação a estes paradoxos, muitos retratam a
questão de Deus ter sido declarado absolutamente incognoscível, incompreensível
e inimaginável pelo ser humano como uma ação com o propósito de impedir o
progresso da ciência, apoiando assim o obscurantismo, com claras intenções de
domínio político e social.
Acredito que uma parte dos que afirmaram a não
compreensibilidade de Deus tiveram realmente intenções bem mundanas e escusas.
Mas não todos.
Ao descrever Deus como um ser ou entidade impossível
de ser compreendido alguns certamente o fizeram por medo ou receio de descrever
a Deus como menor, menos poderoso ou menos sapiente do que na realidade poderia
ser.
E com este medo de ofender a alguém tão poderoso o
tornaram tão imensamente, absurdamente, infinitamente e impossivelmente
grandioso que o tornaram também logicamente impossível, configurando um quadro
perfeito para que algumas pessoas produzissem elaborados e capciosos, porém
simplistas, raciocínios, levando a falaciosos paradoxos
“insuperáveis”.
Em Ele sendo a explicação do inexplicável, é
declarado tão grande que também se torna inexplicável.
Mas Ele pode ser inexplicável e incognoscível, mas
não impossível, como acabou por parecer a alguns, por excesso de zelo, com
honestidade e boas intenções (pelo menos por parte de
alguns).
Temos pela frente uma grande dificuldade, uma tarefa
complicada.
Pois em muitas dificuldades e possibilidades de
engano se incorre ao se tentar definir com palavras o que é indefinível. Mas
vamos lá.
O primeiro atributo físico seria a extensão, o tamanho. E Deus teria de ser ilimitadamente extenso, ilimitadamente grande, ilimitadamente ocupante de todo o espaço e extensão existentes em todos os universos e em todas as dimensões que existissem.
O primeiro atributo físico seria a extensão, o tamanho. E Deus teria de ser ilimitadamente extenso, ilimitadamente grande, ilimitadamente ocupante de todo o espaço e extensão existentes em todos os universos e em todas as dimensões que existissem.
Mas qual o seu tamanho? O maior possível, ponto. E
quanto é o maior possível? O maior possível, ponto.
Isto para se evitar um primeiro paradoxo, uma
contradição insolúvel entre as alegadas onipotência e onipresença, a
oni-extensão.
Pois se não pudesse criar um lugar tão grande onde
nem mesmo Ele poderia ocupar todos os espaços simultaneamente não seria
infinitamente poderoso e se não conseguisse ocupá-lo todo não seria
infinitamente extenso.
E até um paradoxo da onipresença com ela própria.
Pois mesmo que Ele não criasse este lugar tão grande, mesmo que o lugar
simplesmente existisse e Ele não conseguisse ocupá-lo todo, então Ele não seria
onipresente, oni-extenso.
Mas Ele não tem que ser nada além do que Ele é. E o
que Ele é? Ele é tão grande quanto é possível ser, ponto. E de que tamanho Ele
seria? Do máximo possível, ponto.
O segundo atributo físico seria o da potência, seria o poder, a capacidade de fazer algo.
O segundo atributo físico seria o da potência, seria o poder, a capacidade de fazer algo.
Também neste caso teríamos de considerar o poder de
Deus como o maior possível, como tendendo ao infinito.
Pois o ser ou entidade que seja a causa primordial da
existência do Todo, de todos os universos, de todos os lugares, de todos os
objetos, de toda a energia, de todos os demais seres e de todos os fenômenos,
causas e efeitos em todos os universos em todas as dimensões porventura
existentes haveria de ter insuperável poder.
E quanto seria este poder, esta potência? Seria a
maior possível, ponto. E quanto é a maior possível? Seria a maior possível,
ponto.
Pois se a afirmarmos infinita, daremos causa ao
segundo paradoxo em que se incorre ao tentar definir com palavras o que é
indefinível mesmo com a mente.
Deus, sendo infinitamente poderoso poderia criar algo
tão pesado que Ele próprio não poderia carregar? Se puder criar e não puder
carregar, não é de poder infinitamente absoluto.
Se não puder criar algo tão pesado, também não tem
potência infinita. Então o que se pode dizer do poder d’Ele é que seria o valor
correto, justo, harmonioso e equilibrado. Mas o quanto Ele seria poderoso? O
máximo possível, ponto.
Tendo uma definição básica de quais seriam os
atributos físicos de Deus (se é que se pode falar em atributo físico de um ser
que seria metafísico por definição), vamos passar aos atributos
éticos.
Inicialmente considero que um ser com supremos e
elevados atributos deva ter também supremos e elevados princípios
éticos¹.
Ou ele não seria supremo no que considero o supremo
atributo. Neste caso pode ser necessário que se defina o que seria a
Ética.
No meu ponto de vista, Ética é dar a todos os demais
o mesmo respeito e tratamento que você deseja ou exige para si mesmo, sem que
eles exijam ou sequer peçam.
Esta também é praticamente a definição de Justiça, a
qual, para mim resume-se a dar a todos idêntico tratamento em idênticas
condições, de maneira que o outro seja tratado de modo idêntico ao que
gostaríamos de ser tratados (ou aos nossos pais e filhos) em idênticas condições
sem que o outro tenha que nos pedir ou muito menos exigir.
Há pois uma identidade muito grande entre a Justiça e
a Ética, por um lado, e entre ambas e a igualdade.
Resumem-se portanto à igualdade. Onde houver
igualdade haverá Justiça e onde houver desigualdade (iniquidade) haverá
injustiça. E Deus será, por excelência, igualitário, Justo e Ético.
Entre o bom e o mau, entre o bom e o perverso, entre o bem e o mal, entre os extremos, há o meio termo, o equilíbrio, a justa medida. Há o Justo, a Justiça.
Entre o bom e o mau, entre o bom e o perverso, entre o bem e o mal, entre os extremos, há o meio termo, o equilíbrio, a justa medida. Há o Justo, a Justiça.
E é aí que deve estar Deus, no supremo equilíbrio, na
harmonia harmoniosa e equilibrada.
E Ele tem o máximo possível de todas as
características elevadas e nobres. Que talvez pudesse ser traduzida como
Sapiência. Suprema. Máxima.
Ele tem o conhecimento pleno e supremo de tudo o que
é possível ser sabido. E quanto é este conhecimento? O máximo possível, o máximo
que Ele teria se proposto.
Também para o atributo conhecimento nós estamos
evitando mais um paradoxo, o da liberdade, o do
livre-arbítrio.
Pois se Deus decidir saber antecipadamente tudo o vai ocorrer, nada e nem ninguém poderá alterar isto, ou seja, imediatamente todos os seres dos universos, inclusive Ele próprio, perderão o livre-arbítrio (alguns consideram que nem mesmo Ele poderia alterar o que Ele já sabe que ocorrerá, ou geraria mais um paradoxo).
Pois se Deus decidir saber antecipadamente tudo o vai ocorrer, nada e nem ninguém poderá alterar isto, ou seja, imediatamente todos os seres dos universos, inclusive Ele próprio, perderão o livre-arbítrio (alguns consideram que nem mesmo Ele poderia alterar o que Ele já sabe que ocorrerá, ou geraria mais um paradoxo).
Ser bom ao extremo gera
irresponsabilidade.
Ser permissivo ao extremo gera libertinagem, gera inconsequência.
Ser permissivo ao extremo gera libertinagem, gera inconsequência.
Ser rigoroso ao extremo gera falta de liberdade, gera
opressão.
Ser exigente ao extremo gera exploração.
Ser exigente ao extremo gera exploração.
Ser tolerante ao extremo gera
desinteresse.
Ser demais, gera demais. E, se é demais, é
demais.
Pois o adequado é a justa medida. Então é na justa medida que está a perfeição.
Pois o adequado é a justa medida. Então é na justa medida que está a perfeição.
A perfeição está no equilíbrio, na harmonia, na
Justiça. Estes seriam os atributos, qualidades, características, em que Ele
seria ilimitado sem deixar de ser perfeito. E de quanto seria este equilíbrio,
esta harmonia. Do máximo possível, ponto.
Esclareço que, no meu ponto de vista, alguns destes paradoxos, se não todos, carecem de validade lógica.
Esclareço que, no meu ponto de vista, alguns destes paradoxos, se não todos, carecem de validade lógica.
Pois não consigo imaginar que um ser, sendo
fundamentalmente o portador da máxima inteligência possível, sequer pensaria em
produzir espaços tão imensos, objetos tão pesados ou a outras “façanhas” do
mesmo tipo.
Isto seria coisa de seres com a limitada inteligência
que possuímos, o que seguidamente vezes demonstramos ao criar instituições e
sistemas que transformamos em monstros que tem nos explorado, controlado,
oprimido, escravizado, engolido e massacrado nestes milênios
todos.
Voltando aos atributos de Deus, julgo conveniente defini-Lo de acordo com o que acabamos de ver mais acima.
Voltando aos atributos de Deus, julgo conveniente defini-Lo de acordo com o que acabamos de ver mais acima.
Deste modo, no meu ponto de vista, Deus é uma
entidade metafísica, causa e explicação da existência do Todo, dotada dos
máximos atributos elevados possíveis e simultaneamente existentes, de modo que
uma característica elevada não seja tão exagerada que impeça todas as outras de
também existirem na máxima amplitude possível, de maneira primorosamente
equilibrada, exatamente harmoniosa e na melhor e mais justa proporção
possível.
Em poucas palavras, Deus é o máximo. E o Justo.
Desta maneira, sendo Deus maximamente Justo, não tenho como sequer imaginar que Ele não considere a todos e a cada um de todos os seres humanos como exatamente iguais entre si e não lhes dê idênticas oportunidades e tratamento.
Em poucas palavras, Deus é o máximo. E o Justo.
Desta maneira, sendo Deus maximamente Justo, não tenho como sequer imaginar que Ele não considere a todos e a cada um de todos os seres humanos como exatamente iguais entre si e não lhes dê idênticas oportunidades e tratamento.
O que observamos como diferenças de tratamento, se o
considerarmos justo, só podem ser em função de diferenças de comportamento
nossas, ou seja, nós é que somos a medida de tudo o que nos
acontece.
Isto pode parecer uma concessão ao sofismo mas é
implicação necessária da Justiça divina: todos e cada um de todos são tratados
exatamente da mesma maneira que já trataram ou ainda tratam aos demais seres
humanos (e, no meu ponto de vista, também de acordo com a crueldade ou não com
animais). Não como castigo, mas para aprenderem como tratar aos
outros.
Uma vez delineados os que considero serem os mais prováveis atributos fundamentais de Deus, podemos passar à investigação de outros detalhes, em textos que se seguirão a este.
Uma vez delineados os que considero serem os mais prováveis atributos fundamentais de Deus, podemos passar à investigação de outros detalhes, em textos que se seguirão a este.
Notas: ¹ Muitos se referem à Ética como sendo a “moral”.
Eu prefiro falar sempre em Ética pois a moral se relativiza de acordo com a época, o local, a comunidade e os costumes de cada um.
A Ética não. A Ética é imutável em qualquer universo e em qualquer época.
Não serei simplista o suficiente para afirmar que em todas as situações possíveis ou imagináveis, os mesmos atos serão considerados sempre éticos ou antiéticos.
Mas considero que, na mesma situação, um ato não será ético em um tempo e local e antiético em outro tempo e local.
Será ela, a situação, que permitirá a definição e não qualquer regra, norma, costume ou mesmo lei.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
O desejo de não saber
"O budista diz que somos vítimas do "desejo de
ignorar", e o psicanalista se refere ao "desejo de não querer saber". Nos dois
casos, acabamos produzindo nossa própria miséria"
Hokusai poderia ser sinônimo de
Japão como Van Gogh é de Holanda. Um e outro são a expressão do seu país,
embora Hokusai não seja muito conhecido no Ocidente, talvez por não ser tão bem
aceito pela Academia quanto foi pelos japoneses. O fato é que ilustrou mais de
120 obras , abordando temas diversos descrevendo o trabalhos e
os prazeres dos seus compatriotas na rua, no campo e o mar. As suas cortesãs são
mágicas e as suas visões inesquecíveis..
Entre as imagens da coleção
Manga, a palavra cuja tradução é “desenho espontâneo”, há uma do Buda
particularmente interessante. Ele aparece em meio a quatro demônios. Ao lado de
cada um deles está escrita uma das
quatro verdades do budismo: a do budismo
que toda vida implica; a da origem desse sofrimento; a do seu fim; e a do
caminho que conduz a esse fim.
Na imagem de Hokusai, a verdade
está associada a figura do demônio
porque os homens tendem a ignora-la. Para explicar essa inclinação, o budismo
diz que somos vítimas do “desejo de ignorar”, e o psicanalista se refere ao
“desejo de não querer saber”. Nos dois casos, acabamos produzindo nossa própria
miséria.
Entre o budismo e a psicanálise
não há oposição direta, embora exista uma grande diferença. Para o budista, e a
cultura do Extremo Oriente em geral, a subjetividade não existe - o que importa é integrar-se ao Todo. Para o
psicanalista, o caminho da verdade é o que permite decifrar o inconsciente, ou
seja, o da escuta. São posições diferentes. A cultura ocidental não existe sem o
sujeito, o desejo e a fantasia individuais.
Embora diferentes, tanto o
budismo quanto a psicanálise podem nos guiar, já que o que realmente interessa é
não distanciarmos da verdade, qualquer que seja ela, não cairmos no engodo de
mentir para nós mesmos e, desse modo, sofrer além da conta.
Betty Milan
Revista Veja 2241 – 2/11/2011
(Selma)
Betty Milan
Revista Veja 2241 – 2/11/2011
(Selma)
Pensamentos
Em função de
algumas observações, considerei que poderia traçar basicamente o seguinte
quadro:
- Crença
religiosa: quando a nossa posição é em função de fé que se tem em algo, sem que
aquela posição seja alterada por fatos, pela razão ou pela lógica;
- Posição
decorrente da Filosofia: quando a nossa posição é em função da observação de
fatos e de raciocínio lógico, sempre ouvida a razão;
É a razão que
nos impede de considerar que a luz fez curvas no caso abaixo, mesmo vendo a
curva, se estivermos sobre a superfície da Terra.
- Filosofia
moral (algumas vezes chamada de Ética, mesmo sabendo que moral é algo passageiro
e determinado por fatores geográficos e culturais, e que Ética é o que pode ser
considerado adequado em qualquer época e local - a escravidão já foi considerada
moral, mas jamais pôde e jamais poderá ser considerada ética): cuida do que pode
ser considerado atitude ou postura elevada ou nobre e do que é torpe e vil, o
eterno conflito entre o bem e o mal, em que se valida ou não o comportamento de
seres racionais.
- Filosofia
natural: parte da filosofia que estuda a natureza, que em grego é
física, nome pelo qual passou a ser conhecida nos últimos dois
séculos. Tanto que o famoso livro de Newton é “Philosophiae
Naturalis Principia Mathematica”, (Princípios
Matemáticos de Filosofia natural) em que as leis naturais foram tão bem
explicadas matematicamente que esta área da Filosofia tornou-se independente e
hoje só usa números e equações;
- Matemática:
parte da filosofia natural, que teria começado como misto de geometria e lógica
e, aos poucos, foi expandindo-se e separando-se. É uma representação abstrata da
realidade, o que a torna um tipo de linguagem que pode ser verbal ou escrita,
que tem por finalidade auxiliar seres racionais a assimilarem mais facilmente,
produzirem resultados e a trabalharem com quantidades, valores e dimensões
(tamanhos). A matemática escrita usa de simbologia (ou notação) própria para
representar a realidade física ou imaginária e fazer operações lógicas entre
elas. Como exemplo de realidades imaginárias temos o conceito de infinito, o
qual não existe na natureza e tudo o que dele é deduzido ou gerado através de
operações matemáticas (que no fundo são operações de lógica aplicadas a
quantidades, valores e dimensões). Assim, a matemática se torna um misto de
lógica com linguística em que os resultados são considerados exatos e
inquestionáveis (pois dizem que os números não mentem a não ser que passem algum
tempo na companhia de contadores).
Desta maneira,
uma pessoa ou grupo destas pode ser caracterizado como pertencente a um destes
modos de pensar e de se posicionar em relação a uma série de
questões.
Neste caso, em
que categoria colocaríamos uma pessoa que acredita que uma carta de baralho que
ele viu caindo com apenas uma das faces para cima não representa a realidade, e
sim o resultado de uma equação que muito pouca gente entende, e que diz que
aquela carta caiu com as duas faces para cima ao mesmo tempo em realidades
superpostas quanticamente, como a física atual leva seus seguidores a
considerar?
Se ele não usa
fatos e a razão como critério, zomba do bom senso e da lógica, filósofo ele não
pode ser, pois desdenha da razão. Se não é filósofo, não pode ser filósofo
natural, ou físico.
Como suas
conclusões são decorrentes apenas de convenções utilizando representações
idealizadas da realidade, através de números e termos de equação, então ele é
apenas um matemático.
Nem geômetra
pode ser considerado, pois suas conclusões não são geometricamente consistentes,
ou seja, não são possíveis de ser desenhadas ou espacialmente distribuídas mesmo
com sistemas de representação em 3D.
Outro detalhe
interessante é que na situação em que se encontra o que é atualmente considerado
conhecimento científico, em que cada qual pode e deve escolher se a luz será
vista como onda ou como partícula naquele momento, se a gravidade é coisa de
grávitons ou de empenamento de espaço-tempo, se o fóton estava em um ou dois
lugares depois do experimento realizado e coisas do mesmo tipo, então quem assim
procede dota sua posição em função de fé que se tem em algo, sem que aquela
posição seja alterada por fatos, pela razão ou pela lógica. Esta posição é a de
quem tem uma crença religiosa e não a mente de um cientista ou
filósofo.
Pois a palavra
“filosofia” indica alguém que é amigo da sabedoria, “ciência” é conhecimento (em
latim) e a epistemologia é o estudo do conhecimento, parte da filosofia. O que
deveria fazer de todo cientista um filósofo e, quando estudando a natureza, um
filósofo natural.
Ou seja, os que
hoje são conhecidos como físicos não podem ser considerados filósofos, naturais
muito menos, por desdenharem de fatos, do bom senso, da lógica e da razão,
atendo-se à uma representação da realidade manipulada logicamente sem crítica e
sem confirmação por experimentos e resultados observáveis pelas pessoas em geral
nas mesmas condições.
Por outro lado,
um sofisma é quando uma conclusão aparentemente oriunda de raciocínio lógico
perfeito é decorrente do uso de convenções e representações imperfeitas e
produz, com isto um resultado pseudo-verdadeiro, contrário às bases primordiais
e aos fatos.
Isto me faz
remeter o atual pensamento científico, além de matemático e crença religiosa, à
desprestigiada categoria de sofisma, se bem que muitos se orgulham dela e ela
hoje domine o mundo, pois o direito positivo sobrepujou o direito natural e as
doutrinas e ideologias dogmáticas dominaram as mentes e os corações em oposição
às que se submetem aos fatos e à razão.
Paz e Felicidade à todos,
Um aprendiz
Apenas a Verdade prevalecerá
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Quinze minutos
Tem um aplicativo bacana que se chama
Relógio, ele é nativo de todos os iPhones, de todas as versões. Eu conheci esse
programa no tempo que comprei o iPhone 3G, e com ele dividi a metade do meu
calendário - o calendário ficou de disparar o alerta para os eventos ocasionais,
e o Relógio ficou de disparar o alerta para os eventos repetitivos, como hora de
acordar, hora de acordar - 2a. chamada, hora de acordar - chamada crítica, para
cada um deles defini um alarme diferente, o primeiro é suave, o segundo é mais
barulhento e o terceiro é o alarme do filme Lost, quando a ilha toda está
prestes a desaperecer.
Hoje eu tenho o iPhone 4, e nessa semana descobri que o programa Relógio
também é útil para fazer alertas ocasionais, principalmente na hora de ir no
Banco Santander, em Diadema. Lá, o banco oferece cadeiras para o cliente sentar,
e enquanto espero a minha vez, eu usava o 3G da Vivo a uma espantosa velocidade
de 30 kb/s para ver a minha caixa postal, o Estado de S Paulo e o Blog da Selma,
e depois de tudo isso, eu ainda tinha que esperar mais dez minutos para ser
chamado, olhando as moscas que voam pelas nossas cabeças.
Graças ao programa Relógio, mudei a minha rotina. Eu pego a senha do
Santander e comparo com a senha que está sendo atendido: se a diferença for 5,
então, sento e espero a minha vez. Se a diferença for 15, eu uso o Relógio para
armar o alarme a 20 minutos. Se a diferença for 20, eu armo o alarme para 30
minutos. Depois que armo o Relógio, volto para o trabalho, adianto algum serviço
aqui e ali, e quando o iPhone dispara o alarme, aí eu volto para o banco.
iPhoneMod
Brasil
Aniversário do Hosaka
Hoje é
aniversário do Hosaka e faço questão de criar um post especialmente para lhe dar
os parabéns. Ele é um amigo muito querido, um expert em tecnologia e de acordo
com as estatísticas do blog, está entre os mais procurados para a
leitura.
Muitas
felicidades meu amigo. Que seus sonhos se tornem realidade na medida do possível
e que no dia de hoje você ganhe muitos presentes... rsrs!
Talvez um
perfume da princesa...
Falando em
perfume, seria interessante lembrar que hoje em dia as essências para banho e
pós-banho são classificadas em cinco tipos diferentes dependendo da concentração
do extrato puro diluída em água: Deo-Colônia (1-3%), Colônia (3-5%), Eau de
Toilette (4-8%), Eau de Parfum (8-15%) e Extrato (15-30%).
Uma gota de
extrato comum (que não é extrato puro) sobre a pele humana cheira forte o dia
inteiro, às vezes por dois dias seguidos, e não sai no banho por mais que se
esfregue o sabão. Você fica com cheiro de “festa noturna” e vira motivo de
piada...
Bem, mas não
vim aqui para falar de perfume e sim para dar parabéns ao meu
amigo!
Happy
Birthday!
Selma
(Ando ausente pois tenho passado por uma fase ruim...)
(Ando ausente pois tenho passado por uma fase ruim...)
Um ponto na reta
Lá em 1984, havia um programa chamado
biorrítmo no HP 41, e com a data do nascimento, ele calculava o coeficiente de
saúde física, espiritual e não me lembro o que a terceira curva media. Os
valores flutuavam de 0 até 1, onde o melhor momento de sua vida era quando você
estava no auge das três curvas.
Talvez esse programa exista para o iPhone, e ao invés de mostrar uma tabela
de números, ele deve mostrar a figura da curva, isso vou pesquisar mais a noite,
agora não dá tempo mesmo.
O que me deixava encantado era a forma como o HP 41 mostrava os três
coeficientes em seu display de uma só linha com 12 caracteres monocromáticos.
Naquela época, todas as calculadoras mostravam um valor no display, mas a HP 41
era a única que tinha essa capacidade de mostrar os três de uma vez.
O que eu não sabia era o que representavam aqueles números, eu achava uma
besteira esse negócio de coeficiente existencial, mas eu me apaixonei pela
equação trigonométrica. Bem mais tarde, lá no fórum do UOL, é que conheci o Vai
Volta e o Sr Adilson, são dois personagens impressionantes que continuam se
debatendo há mais de cinquenta anos. O Sr Adilson questionava a reencarnação e
defendia a tese de que somos escravos da vontade do Senhor, e o que o Senhor
quer ele já escreveu. O Vai Volta pegava o comentário do Sr Adilson, e defendia
a tese de que o Senhor não engessou o destino e que é possível melhorar o nosso
caráter, ou seja, a vida é sempre uma nova chance de nos aperfeiçoarmos. Aí, o
Adilson copiava o comentário dele mais o comentário do Vai Volta, e defendia o
seu determinismo histórico. Em seguida, o Vai Volta copiava o primeiro
comentário, o segundo comentário e o terceiro comentário, para acrescentar o
quarto comentário.
Resultado, o HD do UOL e do Terra não aguentou. Isso parece coisa de moleque,
e o que me intriga é como eu, a Srta Nihil, a Dra Selma, o Sr Joseph, o William
e o Robson conseguimos sobreviver a tudo isso. No meu caso, o caso Vai Volta e
Adilson será o primeiro tópico da lista de reclamações que vou apresentar no
Portal de São Pedro, se isso era um castigo pre determinado ou uma dica de Jesus
para alertar quem se atrever andar nas trevas. Seja como for, os dois fizeram
parte da minha existência, mas, ao contrário do Robson, não vou perder tempo
querendo saber qual a importância desse dois na suposta realidade, se é que ela
existe.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Contra fatos não há argumentos
Outro detalhe
que aparentemente seria bom ser de conhecimento geral antes de continuarmos,
seria a questão do baralho quântico (e correlatos que não resisti e acabei
escrevendo em seguida).
Quando se põe em prática esse experimento com uma carta verdadeira, o que se vê é que ela cai para a direita ou para a esquerda, aparentemente ao acaso, e nunca para a direita e para a esquerda ao mesmo tempo, como a equação de Schrödinger quer nos fazer acreditar.
Pega-se uma
carta de baralho e tenta-se equilibrá-la sobre a borda em cima de uma
mesa.
De acordo com a
equação de Schrödinger, a carta cairá simultaneamente para os dois lados,
direito e esquerdo.
Quando se põe em prática esse experimento com uma carta verdadeira, o que se vê é que ela cai para a direita ou para a esquerda, aparentemente ao acaso, e nunca para a direita e para a esquerda ao mesmo tempo, como a equação de Schrödinger quer nos fazer acreditar.
Mas os físicos
atuais dizem que a carta caiu para os dois lados ao mesmo tempo e que esta é a
realidade, a que chamam de coerente, e o que observamos é chamado de
incoerente.
Nem mesmo o
Schrödinger, o autor da equação, concordava com a interpretação que os
partidários desta e de outras interpretações não determinísticas de sua equação,
conhecidas como interpretações da teoria quântica.
Mas o mais
sério é a questão da violação do conceito do que seria a realidade.
Pois a antes
indiscutível sentença que diz que contra fatos não há argumentos foi discutida,
questionada, contestada e invalidada.
A sentença que
passou à almejada condição de indiscutível (para eles) foi algo como a
desproposital “contra equações não há argumentos”, afirmando orgulhosamente que
números não mentem (estes caras nunca deixaram números na companhia de um
contador por alguns minutos para ver como eles aprendem a ficar
mentiroooosos).
Ou seja, para
estas pessoas, consideradas o supra sumo da intelectualidade humana, a realidade
deixou de ser o que observamos de maneira convencional e solidária, passando a
ser o que as equações afirmam.
É por estas e
outras que acredito que os extremos se encontram e que, quando Einstein disse
que haviam apenas duas coisas infinitas, a "esperteza" humana e o universo, sem
ter tanta certeza quanto ao universo, eu acho que ele acertou na
mosca.
Outro detalhe a
ser levado em consideração é o que é conhecido como experimento de "escolha
retardada": não apenas um fóton pode estar em dois lugares ao mesmo tempo como
também o experimentador pode escolher, depois do acontecimento, se o fóton
estava em dois lugares ou somente em um.
Ora, onde se
pode escolher em que se acredita é nas religiões, e não na Ciência. A pessoa que
está no papel de pesquisador que faz um experimento e que pode escolher, depois
do experimento realizado (!), o resultado que o experimento produziu, não é mais
um pesquisador, pois não se submeteu à realidade dos fatos.
E sim escolheu
qual seria a realidade.
Além destas
“artes”, fazem experiências com a luz escolhendo antecipadamente se ela será
onda ou será partícula. Mas que coisa ridícula!
A luz faz parte
da realidade objetiva e ela é o que ela é, independentemente de nossas escolhas,
ela é uma entidade em si e não uma abstração de nossas mentes
mancas.
Se não sabemos
o que ela é, melhor dizer que não sabemos em vez de dizer que ela é duas coisas
diferentes entre si.
Com isto
simplesmente estão dizendo que uma coisa é diferente de si mesma no mesmo
período de tempo, o que, anteriormente, seria suficiente para o sujeito não ser
levado a sério e, se teimasse, escrevesse, assinasse e publicasse, para
interná-lo em um sanatório.
Mas agora, como
os extremos se encontraram, ganham prêmios Nobel e são chamados de
gênios.
E nós,
incapazes de compreender as indecentemente complexas equações, acreditamos, ou
fingimos que acreditamos, para não passarmos por burros em dizer que o rei está
nu, só porque ele está coberto de equações que ninguém também vê.
Enquanto
preferirmos um sujeito coberto por uma equação a um coberto de razão, veremos o
rei nu e teremos de fingir ver equação que nunca alguém viu.
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